Política e Administração Pública

CPMI tentará ouvir hoje testemunhas ligadas a Marconi Perillo

05/06/2012 - 09:37  

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados reúne-se hoje (5) para tentar ouvir os depoimentos de quatro pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo. A reunião está marcada para as 10h15 na Sala 2 da Ala Alexandre Costa do Senado.

Na noite de segunda (4), Sejana Martins obteve um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux que lhe dá o direito de permanecer em silêncio durante o depoimento. Pela decisão, ela não será obrigada a assinar termo de compromisso de dizer a verdade e não poderá ser presa por não falar.
Sejana Martins é uma das proprietárias da empresa Mestra Administração e Participações. É a essa empresa que a casa no condomínio Alphaville, onde Carlinhos Cachoeira foi preso, pertence de fato, no registro de imóveis.

Parlamentares desconfiam que a empresa foi usada como “laranja” na compra da casa. Eles também estranharam o fato de que, dois dias após a compra, Sejana tenha deixado a sociedade. Além disso, ela é diretora da Faculdade Padrão, para cujo dono o governador de Goiás, Marconi Perillo teria vendido um imóvel no condomínio Alphaville Ipês, em Goiânia.

Outra testemunha com depoimento marcado para hoje, a ex-chefe de gabinete de Perillo, Eliane Gonçalves, não deverá depor. Segundo o advogado, ela foi internada na noite desta segunda (4) após uma crise de pressão alta e não deverá comparecer à audiência de hoje. Antes, ela também já havia obtido habeas corpus para ficar calada na CPI.

Segundo investigações da Polícia Federal (PF), Eliane teria recebido um telefone exclusivo para se comunicar com Cachoeira, que repassaria a ela informações sigilosas sobre operações policiais. Ela chegou a receber informações sobre investigações da PF que beneficiavam políticos ligados ao investigado. Gravações telefônicas da PF mostram, por exemplo, que a ex-chefe de gabinete avisou ao prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias, um aliado de Perillo, que a polícia faria uma busca na residência dele. Graças ao alerta, o prefeito não pôde ser encontrado.

No início de abril, Eliane deixou o cargo e, em carta divulgada à imprensa, alegou que o nome dela foi confundido com o de uma outra Eliane. Ela disse ter sido "vítima de um grande equívoco" e que não tinha nada a temer.

Primeiro a ser ouvido
O primeiro a ser ouvido hoje será Walter Paulo Santiago, empresário e um dos proprietários da Faculdade Padrão, para quem o governador de Goiás, Marconi Perillo, teria vendido um imóvel no condomínio Alphaville Ipês, em Goiânia. Nesta casa, Carlinhos Cachoeira foi preso durante a operação Monte Carlo, da PF, e há suspeitas de que ele seria o verdadeiro comprador, com Walter operando como intermediário para esconder a transação.

Écio Antônio Ribeiro, o único sócio remanescente da Mestra Administração e Participações, também será ouvido pela CPMI. O outro sócio, Fernando Gomes Cardoso (a ser ouvido futuramente, pois já há requerimento aprovado nesse sentido), deixou a sociedade alguns meses depois.

Na quarta-feira (30), os integrantes da CPMI aprovaram requerimento para convocar o próprio governador Marconi Perillo, além do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Os depoimentos foram agendados pelo presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para os dias 12 e 13 de junho, respectivamente.

Outro presidente
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) vai presidir a reunião desta terça-feira (5) da CPMI do Cachoeira. Ele é o vice-presidente da CPMI e assume a função porque o presidente, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), passará a semana de licença médica depois de fazer um cateterismo na última sexta-feira (1º).

Saiba mais sobre a CPMI do Cachoeira.

Da Redação/MM

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