Política e Administração Pública

Maia diz que CPI mista sobre Cachoeira pode ser melhor caminho

10/04/2012 - 16:28  

O presidente da Câmara, Marco Maia, voltou a defender nesta terça-feira a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os negócios do contraventor Carlos Cachoeira, preso em 29 de fevereiro pela Polícia Federal. Ele ainda vai conversar com o presidente do Senado, José Sarney, sobre o tema.

Já há assinaturas suficientes para a realização de uma CPI na Câmara e, nesta terça-feira, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), disse que vai coletar assinaturas dos senadores para uma CPI. Na avaliação de Marco Maia, é preferível uma CPI mista a duas CPIs. "Se houver vontade de viabilizar a CPI no Senado, que façamos uma mista. É mais conveniente e não haverá disputa entre as Casas", disse Marco Maia.

O presidente da Câmara adiantou que, se as negociações por uma CPI mista não prosperarem, ele vai determinar a instalação da investigação na Câmara. "Pretendo fazer a leitura do requerimento da CPI da Câmara ainda nesta semana", disse.

Rede de influências
Cachoeira foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, acusado de explorar jogos ilegais. As escutas da investigação revelaram que Cachoeira montou uma rede de influências que inclui integrantes do governo do estado de Goiás, policiais e políticos, entre eles o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) - que, segundo as denúncias, teria recebido R$ 3 milhões do contraventor.

As investigações também ligaram Cachoeira a alguns deputados. Rubens Otoni (PT-GO) já responde a um processo na Corregedoria. Na semana passada, o PSOL pediu que o órgão investigasse mais dois deputados: Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO).

Informações
Marco Maia informou que ainda espera do Judiciário os dados sobre as investigações da Polícia Federal. Ele disse que a Casa não receberá bem uma negativa do Supremo Tribunal Federal sobre o pedido, como já ocorreu com o pedido do Senado, negado sob o argumento de que os dados são sigilosos. "Essas informações já estão públicas, já foram veiculadas pela imprensa. Se são sigilosas, como saíram do Judiciário, do Ministério Público ou da Polícia Federal para a imprensa e não podem ser entregues ao Parlamento?" questionou.

O presidente está em reunião com os líderes partidários para definir quais serão as votações desta terça-feira. Ele disse que ainda não sabe se haverá acordo para as votações de medidas provisórias, mas há a possibilidade de votação do segundo turno da PEC 153/03, que cria a carreira de procurador municipal.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Newton Araújo

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