Caso Jaqueline: depoimento de Durval à PF será entregue à Câmara até segunda

14/04/2011 - 18:37  

O depoimento de Durval Barbosa, operador e delator do esquema conhecido como mensalão do DEM, à Polícia Federal (PF) sobre o caso Jaqueline Roriz (PMN-DF) deverá ser entregue ao Conselho de Ética até a próxima segunda-feira (18). Já o vídeo em que a deputada e o marido, Manoel Neto, aparecem recebendo dinheiro de Durval – durante a campanha dela à Câmara Legislativa em 2006 – será entregue até o dia 25, devidamente periciado. As afirmações são do relator do processo disciplinar contra a parlamentar no conselho, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

Sampaio reuniu-se nesta quinta-feira com o ministro Joaquim Barbosa, relator do inquérito contra Jaqueline no Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir agilidade no envio das provas do caso à Câmara. O envio já havia sido autorizado no último dia 12, mas Sampaio só soube da autorização ontem à noite. Durante a reunião, o ministro autorizou o contato direto entre Carlos Sampaio e a Polícia Federal para a remessa das provas recolhidas até este momento.

Após o contato, a delegada responsável pelo caso, Penélope Gama, se comprometeu a enviar todos os documentos constantes do inquérito ao Conselho de Ética: o depoimento de Durval Barbosa, uma manifestação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e um ofício do STF. O vídeo será enviado somente no dia 25 porque é aguardada a conclusão da perícia. As futuras provas, contudo, deverão ser solicitadas novamente ao Supremo, que deverá encaminhar a autorização de envio à Polícia Federal.

Prazo
O envio de documentos do STF ao Conselho de Ética, segundo Carlos Sampaio, deverá adiantar o andamento do processo disciplinar contra Jaqueline, que pode levar à cassação do mandato dela. O relator tem até 21 de junho para finalizar seu relatório, que será votado pelos integrantes do colegiado. Mas, de acordo com ele, a depender das provas enviadas o documento poderá ser finalizado antes do prazo. “Vou analisar o material para saber que provas poderão ser aproveitadas e quais ainda precisam ser feitas, mas a celeridade no envio dessas informações pode fazer com que eu não necessite utilizar todo o período permitido regimentalmente para elaborar o relatório”, disse.

Apesar do envio do depoimento de Durval Babosa, Carlos Sampaio não descarta a possibilidade de ainda convidá-lo para depor no Conselho de Ética. “O viés do depoimento à Polícia Federal pode ter sido diferente daquele que precisamos. Precisarei analisar o material antes de definir esse ponto”, afirmou.

Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Marcelo Oliveira