Política e Administração Pública

PMDB forma superbloco para disputar Presidência da Câmara

16/11/2010 - 20:30  

Arquivo - Saulo Cruz
Eduardo Alves: partidos não darão um passo sem ouvir presidente Dilma Rousseff.

O PMDB, o PTB, o PR, o PP e o PSC decidiram formar um superbloco para atuação conjunta na Câmara. O anúncio ocorreu nesta terça-feira, após reunião entre os líderes dos cinco partidos, que contabilizam juntos 202 deputados. Abertamente, os líderes dizem apenas que querem ajudar a garantir governabilidade no governo da presidente eleita Dilma Rousseff, mas o principal lance em jogo é a sucessão no comando da Câmara.

Os cinco partidos, individualmente, já integram hoje a base aliada do Governo Lula. No entanto, o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), argumenta que a atuação em bloco vai facilitar as articulações da presidente eleita no Parlamento.

"Ajudamos a construir essa vitória, então, temos absoluta responsabilidade com o êxito de seu governo. Não esperem da gente nenhuma atitude de confronto nem de conflito. Nós somos muito responsáveis e sabemos que todos nós igualmente, maior ou menor, fizemos por essa eleição”, explica o parlamentar potiguar.

Ele ressalta que os partidos querem colaborar “na composição do governo”. E acrescenta: “É importante dizer que esses partidos não darão um passo sequer antes de ouvir as diretrizes da presidente Dilma."

Nome mais cogitado
Henrique Eduardo Alves é o nome mais cogitado pelo PMDB para disputar a presidência da Câmara em 2011. O PT, que terá a maior bancada na Câmara na próxima legislatura e também almeja a presidência da Casa, não participou da reunião.

Porém, Henrique Eduardo Alves não descarta a possibilidade de os petistas aderirem ao bloco. "Essa é a primeira conversa. O PT sempre será bem-vindo. [O bloco] pode ser até maior, se o PT vier. Não é para confrontar. É para organizar os trabalhos desses partidos nesta Casa e fora dela."

Cautela

Arquivo - Janine Moraes
Vaccarezza nao acredita que seja um movimento para isolar o PT.

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), optou pela cautela ao comentar a formação do novo bloco. Segundo ele, a atuação partidária conjunta é legítima, desde que tenha o objetivo de defender as posições políticas comuns na Câmara.

Vaccarezza, que também está cotado para disputar a presidência da Casa, minimizou o impacto do bloco na futura eleição na Câmara e na composição do Governo Dilma. "O PT vai discutir o que vai fazer depois. São 513 deputados e eu não acredito que esse seja um movimento para isolar o PT. A presidência da Câmara vai ser uma disputa em plenário, como as últimas que houve aqui.”

Ele afirmou que vai trabalhar no PT para não haver nenhum problema na base e “muito menos” algum problema com o PMDB. “A presidente eleita vai indicar o seu ministério e os partidos da base devem lhe dar sustentação. Para o PT, quem define o Ministério é a presidente eleita. Nós vamos apoiar a Dilma em qualquer escolha que ela fizer e nos contrapor às pressões."

Reportagem - José Carlos Oliveira e Carol Siqueira
Edição - Newton Araújo

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