Política e Administração Pública

Líder do PPS defende reajuste para aposentados

03/02/2010 - 19:33  

Laycer Tomaz
Fernando Coruja também defendeu novas regras sobre inelegibilidade.

Reconduzido nesta quarta-feira à liderança do PPS, o deputado Fernando Coruja (SC) disse que o partido ainda estuda as matérias prioritárias para o ano de 2010. O parlamentar, no entanto, adiantou que o PPS atuará na defesa de um reajuste para os aposentados e na aprovação de regras mais rígidas para a inelegibilidade de políticos.

Sobre a possibilidade, já cogitada por outros partidos, de obstruir a pauta do Plenário para exigir a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 231/95, que reduz a carga de trabalho das atuais 44 horas para 40 horas semanais, Coruja afirmou que o assunto “ainda será discutido pela bancada”.

Natural de Lages (SC), Fernando Coruja é médico e professor. Ele está em seu terceiro mandato como deputado federal.

A Agência Câmara está produzindo entrevistas com os novos líderes partidários. Leia a entrevista concedida por Fernando Coruja.

Agência Câmara - Quais são as prioridades do partido para 2010?
Fernando Coruja -
O PPS ainda discute entre os deputados da bancada quais serão as prioridades. Já existem, porém, alguns assuntos de consenso, como o reajuste dos aposentados. Além disso, queremos aperfeiçoar os projetos do pré-sal, somos favoráveis ao voto aberto para parlamentares e defendemos a aprovação de uma lei com critérios de inelegibilidade, como a exclusão de candidatos condenados.

Agência Câmara - O PDT anunciou a possibilidade de obstruir a pauta para pressionar a votação da PEC que reduz a carga de trabalho para 40 horas semanais. O PPS já tem posição quanto a isso?
Fernando Coruja -
Nós apoiamos as 40 horas, mas, em relação a obstruir ou não, o primeiro compromisso, assumido no ano passado, é com a votação dos projetos do pré-sal. Apoiamos o projeto, mas quanto ao posicionamento na hora de votar, vamos discutir isso com a nossa bancada.

Agência Câmara - Existem vetos ao Orçamento, pendentes de apreciação, que liberam recursos para obras com irregularidades apontadas pelo Tribunal de Contas da União. O PPS aceita votar os projetos do pré-sal enquanto os vetos não forem apreciados?
Fernando Coruja -
Nós até discutimos isso hoje. Houve um acordo para votar o Orçamento de uma determinada forma, com a exigência de que algumas obras resolvessem pendências antes de receberem novos recursos. O veto do presidente Lula que retirou as obras irregulares da Petrobras da lista de pendentes precisa ser visto logo. E já temos um compromisso do presidente Michel Temer para votar essa questão antes dos projetos do pré-sal.

Agência Câmara – Haverá mudanças no posicionamento do PPS para este ano eleitoral?
Fernando Coruja -
Nós já temos uma caminhada conjunta dos partidos de oposição há pelo menos quatro anos. Deixamos o governo em 2004, por discordarmos da política econômica, e hoje temos uma articulação avançada. Dentro dessa lógica, procuramos defender teses comuns até como um futuro programa de governo. Claro que mesmo no bloco da oposição há interesses diferentes. Nós temos o nosso posicionamento quanto aos aposentados e quanto às 40 horas, até por sermos de um partido de esquerda, enquanto os liberais podem ter uma posição ideológica diferente da nossa em algumas questões.

Agência Câmara - Qual é a expectativa do PPS para as eleições de outubro?
Fernando Coruja -
O PPS elegeu na última eleição 24 deputados e perdeu alguns deles porque não existia ainda a fidelidade partidária. Para este ano, estamos confiantes de que vamos ultrapassar o número de eleitos em 2006.

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Reportagem - Juliano Pires
Edição - Marcelo Oliveira

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