Política e Administração Pública

DEM vai priorizar pré-sal, redução de impostos e Defesa Civil

03/02/2010 - 19:23  

Saulo Cruz
Paulo Bornhausen, novo líder do DEM, ressalta prioridades do partido para 2010.

Em seu segundo mandato como deputado federal, Paulo Bornhausen (SC) foi escolhido na terça-feira (2), por aclamação, para liderar o DEM em 2010. O novo líder coloca entre as prioridades do partido para este ano a discussão dos projetos relacionados ao pré-sal e a reestruturação da Defesa Civil.

Ele também informa que o DEM vai lutar pela redução de impostos "para os mais pobres", além de trabalhar pela aprovação do projeto Ficha Limpa (Projeto de Lei Complementar 518/09). "Reforma política para mim, neste momento, é o projeto Ficha Limpa", acentua.

A Agência Câmara está produzindo entrevistas com os novos líderes partidários. Leia a entrevista concedida por Paulo Bornhausen:

Agência Câmara - Quais são as prioridades do DEM para este ano?
Paulo Bornhausen -
Manter as discussões dos projetos relativos ao pré-sal, uma discussão importante que tem que ser aprofundada, sem pressa, sem agonia. Depois, queremos ver votado o projeto "Ficha Limpa", pois o Democratas já tem uma resolução interna, desde a eleição municipal, e queremos que esse seja um assunto que a Câmara e o Congresso votem, porque representa ligar esta Casa ao desejo do povo. Nós precisamos sair daqui este ano com uma resposta ao desejo do eleitor, que quer mais moralidade, mais transparência, e é isso que nós temos que dar a ele. Além disso, vamos trabalhar questões ligadas à Defesa Civil nacional: todos estão vendo o que aconteceu em Santa Catarina, no Rio de Janeiro, em São Paulo. Precisamos fazer uma grande transformação, com carreira de Estado e Fundo Nacional de Defesa Civil. E também precisamos lutar para que possamos baixar impostos para os pobres; a carga tributária do Brasil é aviltante.

Agência Câmara - De que forma o partido pretende fazer isso?
Paulo Bornhausen -
Da forma que encontrarmos. Encontramos a CPMF em um determinado momento, a derrubamos, foram R$ 40 bilhões que deixaram de sair, na forma de centavos de reais, dos mais pobres. Agora precisamos encontrar focos e, mais do que isso, precisamos debater para ter no programa dos candidatos a presidente da República medidas para baixar impostos para os pobres. O partido vai lutar por isso.

Agência Câmara - Em relação aos projetos relacionados ao pré-sal, especificamente à partilha dos royalties, qual será a posição do partido?
Paulo Bornhausen -
Quanto ao pré-sal, precisamos primeiro discutir porque o governo não quer a participação do trabalhador na capitalização da Petrobras. Por que é proibido alguém que tem um Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que rende 3% ao ano (perde da inflação), poder botar o seu dinheiro na Petrobras, se afinal é um dinheiro próprio dele? São questões como essas que estão sem resposta. Por que ciar uma nova estatal? Por que ciar um processo que não é transparente? Nós estamos falando das futuras geração, não é de hoje ou amanhã, se trata daqueles brasileiros que nem nasceram ainda. Nós temos que pensar no longo prazo, e o governo está pensando na próxima eleição. Por isso nós vamos lutar por modificações, não temos pressa para votar.

Agência Câmara - Qual a expectativa do senhor quanto ao funcionamento do Congresso neste ano eleitoral?
Paulo Bornhausen -
O funcionamento tem que ser normal dentro do calendário eleitoral. Nós temos que trabalhar, em quatro anos, com dois anos em que ocorrem eleições. Então é uma média de trabalho, não se pode exigir que em um ano de eleição se tenha a mesma força de trabalho de um ano não-eleitoral. A média tem de ser boa durante os quatro anos, e é isso que nós vamos perseguir.

Agência Câmara - E quanto à reforma política?
Paulo Bornhausen –
Reforma política para mim, neste momento, é o projeto "Ficha Limpa".

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Reportagem - Maria Neves
Edição - Newton Araújo

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