Meio ambiente e energia

Nova enquete discute participação de animais em apresentações de circos

Polêmica contrapõe argumentos como a tradição dos espetáculos e os maus-tratos aos animais.

22/07/2013 - 18:12  

Gustavo Lima
Evandro Milhomen
Evandro Milhomen: o uso de animais em atividades circenses não pode ser criminalizado.

A Câmara promove, a partir desta segunda-feira (22), uma enquete sobre a participação de animais nos espetáculos circenses. O tema é polêmico porque coloca de um lado os defensores do uso dos animais nas exibições do picadeiro, em nome da tradição, e, do outro, os críticos à prática que, segundo argumentam, implica maus-tratos aos animais.

Atualmente, nove estados brasileiros (Alagoas, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo) proíbem a participação de animais nos espetáculos.

Porém, está pronto para votação em Plenário um projeto (PL 7291/06) que estende a restrição a todo o País. Esse texto, de autoria do Senado Federal, já foi aprovado em três comissões temáticas da Câmara - de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Educação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania -, tendo ficado como versão final da proposta um substitutivo da Comissão de Meio Ambiente ao texto do Senado. Tramitam na Câmara 17 projetos que tratam do assunto.

Tradição cultural
No último dia 9, alguns deputados e artistas defenderam, em audiência pública da Comissão de Cultura, a participação de animais nos espetáculos circenses. Para o deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP), autor do requerimento para a realização do debate na comissão, o uso de bichos nas atividades circenses não pode ser criminalizado, pois se trata de uma tradição cultural dessa arte.

"Nós crescemos vendo animais no circo tratados com carinho e responsabilidade. Não podemos, de uma hora para outra, tirar essa atração, que é adorada pelas crianças e faz parte da história do espetáculo. É um assunto que pode ser tratado sem violência, fundamentalismo ou ignorância", afirmou Milhomen.”

Sofrimento dos animais

Leonardo Prado
Ricardo Izar
Ricardo Izar: animais sofrem para serem treinados em circos.

Na linha de frente para que a proibição seja aprovada está o deputado Ricardo Izar (PSD-SP), coordenador da Frente Parlamentar de Defesa dos Animais. "É bonitinho quando a gente vê o urso de saia andando no monociclo, mas, para ele ser treinado dessa forma, sofre demais. Os animais acabam sendo submetidos a tratamentos inadequados e ficam confinados em jaulas pequenas”, ressaltou.

Izar destaca que a proibição dos animais no circo vai valorizar o artista humano. “Basta promover uma mudança de cultura para que a população se acostume ao circo sem bichos”, garante.

Menos espectadores e custos
Para os donos de circos, a proibição de animais no picadeiro pode significar, num primeiro momento, menos interesse dos espectadores. Por outro lado, de acordo com o gerente do Circo Mundial, Douglas Fernandes, os circos que desistiram de ter animais por força das leis estaduais reduziram drasticamente seus custos, já que só um leão chega a comer 7 quilos de carne por refeição.

E você? É a favor ou contra a participação de animais nas apresentações em circos? Participe da enquete e deixe também o seu comentário abaixo.

Da Redação/NA

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