Educação, cultura e esportes

Parlamentares avaliam plano Brasil Medalhas 2016

O plano visa colocar o Brasil entre os 10 primeiros países nos Jogos Olímpicos e entre os 5 primeiros nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016.

13/09/2012 - 20:36  

Arquivo/ Saulo Cruz
João Arruda
Arruda: o programa visa às Olimpíadas em 2016, o que não é condição única do esporte no Brasil.

O presidente da Frente Parlamentar de Apoio à Atividade Física para o Desenvolvimento Humano, deputado João Arruda (PMDB-PR), considerou "louvável" o plano Brasil Medalhas 2016, lançado hoje pelo governo federal, mas criticou o seu conteúdo.

Na opinião do parlamentar, o plano não estimula a população em geral, principalmente as crianças, a praticar esportes. "Esse projeto não tem um objetivo social. Ele não tem um objetivo de ampliar a prática esportiva no nosso País, de estabelecer uma cultura saudável no nosso País. Ele apenas visa o resultado das Olimpíadas em 2016, o que não é uma condição única do esporte no nosso País.”

Arruda acrescentou que é preciso haver novas alternativas. “Nós precisamos da criançada participando, nós precisamos potencializar o tamanho do nosso País e a participação esportiva, para que, por consequência desse projeto, tenhamos medalhas."

Leonardo Prado
Jilmar Tatto
Tatto: quando se investe no esporte, também se gera benefícios para as equipes de base.

Já o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), rebate a crítica. "Quando se investe no esporte, acaba também [gerando benefícios] na sua plenitude, inclusive nas equipes de base, porque ao fortalecer os clubes, você está fortalecendo toda a estrutura que envolve o atleta.”

Na opinião de Tatto, é preciso um conjunto de esforços. “É evidente que sempre tem alguém que critica, mas, na verdade, o resultado é que vai dizer. Se precisar fazer ajuste, vamos fazer ajuste, e não criticar simplesmente, falar que isso não vai dar certo."

Objetivos do plano
Um dos principais objetivos do plano é colocar o Brasil entre os 10 primeiros países nos Jogos Olímpicos e entre os 5 primeiros nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016. É esse o objetivo do plano Brasil Medalhas 2016 lançado nesta quinta-feira (13) pela presidente Dilma Rousseff.

Com o plano, o Ministério dos Esportes vai receber R$ 1 bilhão a mais nos próximos três anos para priorizar os investimentos nas modalidades com mais chances de ganhar medalhas.

Entre as 21 modalidades olímpicas que vão ter atenção especial estão atletismo, basquete, boxe, canoagem, ciclismo BMX, futebol feminino, handebol, hipismo, judô e natação. 15 modalidades paralímpicas também vão receber mais destaque, entre elas, atletismo, bocha, canoagem, esgrima em cadeiras de rodas, futebol de 5 e halterofilismo. As outras modalidades vão continuar sendo apoiadas pelo Ministério do Esporte e vão seguir recebendo recursos pelas fontes tradicionais de financiamento federal.

Programa Pódio
Outra novidade do plano Brasil Medalhas 2016 é o Programa Pódio, que inclui nova categoria no Bolsa Atleta, a Bolsa Pódio, e cria a Bolsa-Técnico. Essa bolsas vão pagar até R$ 15 mil mensais para o atleta e até R$ 10 mil por mês aos técnicos.

Os beneficiados do Pódio vão ser atletas de modalidades individuais que estejam situados entre os 20 melhores do ranking mundial e com reais chances de medalhas, além de seus treinadores e a equipe multidisciplinar, formada por preparador físico, nutricionista e atleta-guia, entre outros.

Equipamento e treinamento
O plano Brasil Medalhas prevê recursos para a compra de equipamento esportivo no valor de até R$ 20 mil por atleta. Além disso, vai permitir o apoio a treinamento e competições de atletas no Brasil e no exterior, por meio do pagamento de custos com diárias e passagens. As outras categorias do Bolsa-Atleta - estudantil, de base, nacional, internacional e olímpica/paralímpica - vão continuar sendo mantidas com os critérios atuais e dentro do orçamento regular do Ministério do Esporte.

O Brasil Medalhas 2016 também vai destinar recursos para construção, reforma e operação de 22 centros de treinamento, selecionados em conjunto com os comitês Olímpico e Paralímpico, as confederações nacionais, clubes, estados e municípios. Serão 21 centros de modalidades olímpicas e 1 paralímpico, seguindo a recomendação do Comitê Paralímpico Brasileiro, que vai unificar todas as modalidades em um só local de treinamento.

Reportagem - Renata Tôrres
Edição – Regina Céli Assumpção

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