Educação, cultura e esportes

Professor critica excesso de leis e falta de incentivos a atletas

08/08/2012 - 21:30  

O professor da Universidade de East London, no Reino Unido, Lamartine Pereira da Costa defendeu alterações na política de esportes no Brasil, com menos leis e mais incentivos individuais e coletivos aos atletas. "Nós temos uma grande coleção de leis que tratam do esporte no Brasil. É um caso único no mundo, e isso começa a atrapalhar o País. A lei passou a ser impeditiva de nós evoluirmos", avaliou.

Segundo Lamartine da Costa, a consequência do grande número de leis é a divisão de poderes: "Quem é o responsável por essa política de esportes? O Comitê Olímpico Brasileiro? As confederações das modalidades esportivas? A presidente da República? Todos mandam", concluiu.

Durante a audiência pública da Comissão de Turismo e Desporto para analisar o quadro de medalhas e o desempenho de cada país nos Jogos Olímpicos de Londres, o professor destacou que os bons resultados esportivos de outros países são consequências de projetos coletivos ou individuais de incentivo ao esporte, com gastos elevados.

De acordo com Lamartine da Costa, os atletas brasileiros têm quatro, até cinco financiadores. "Eles ganham bolsa-atleta, patrocínio etc. Qual o resultado? Provavelmente o custo dos atletas brasileiros é maior que o dos países que estão recebendo muitas medalhas nos Jogos Olímpicos", disse.

Instituições x atletas
O professor da Universidade de East London também afirmou que, por causa do grande número de leis que tratam do esporte, os recursos financeiros podem estar sendo direcionados para as instituições esportivas, e não para os atletas. "Isso gera prejuízo para o País", declarou.

Lamartine da Costa ainda defendeu que o Brasil modifique o critério que vem adotando para classificar o desempenho dos países nas Olimpíadas, baseado em número de medalhas. "Temos a obrigação de seguir essa tradição? Se não temos, podemos mudar", argumentou.

Reportagem - Renata Tôrres/ Rádio Câmara
Edição - Juliano Pires

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