Educação, cultura e esportes

Debatedores pedem ampliação do controle do doping esportivo

28/09/2011 - 17:53  

Brizza Cavalcante
Dep. André Figueiredo (PDT-CE)
André Figueiredo: legislação contra o doping ainda é tímida.

Com a proximidade da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, deputados e especialistas estão preocupados com as lacunas na legislação no que se refere ao doping desportivo. A Comissão de Turismo e Desporto promoveu nesta quarta-feira seminário sobre o tema “Legislação desportiva e o doping – das escolas ao alto rendimento”, no qual foi defendida, como principal medida de prevenção, a criação da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem — um compromisso assumido pelo Brasil na época da candidatura do Rio para os Jogos de 2016. Os debatedores ressaltaram que a lei brasileira trata com mais especificidade do esporte de alto rendimento e precisa ser ampliada para abordar novos temas, como o doping genético e a influência do doping nas escolas.

O secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, informou que a proposta sobre a autoridade de controle de dopagem será enviada ao Congresso Nacional em um mês: “Ela será um organismo importante, filiado ao sistema internacional com o objetivo de, pela primeira vez, controlar o problema não só nas competições, mas nas academias e nas escolas”, pontuou.

O deputado André Figueiredo (PDT-CE) disse concordar com a necessidade de ampliar o controle do doping: “A nossa legislação ainda é muito tímida e voltada mais ao esporte de alto rendimento. Devemos ampliá-la para o esporte escolar, passando pelas academias, para podermos ter medidas que realmente coíbam todo tipo de dopagem, e para podermos nos enquadrar no que determina o Comitê Olímpico Internacional.”

Legado
Na opinião de Figueiredo, o maior legado dessas competições no Brasil deve ser deixado nas pessoas, e não na infraestrutura. “Lógico que nos importamos com a infraestrutura aeroportuária, com a mobilidade urbana, com os estádios, mas precisamos nos preocupar mais com as pessoas”, ressaltou.

Segundo o deputado, a atividade física deve ser focada nas crianças e nos jovens, para que eles possam participar do esporte e evitar a criminalidade, a ociosidade e a violência. “O desporto escolar é o início de tudo em várias modalidades e as olimpíadas escolares têm revelado grandes atletas. Precisamos inibir todos os tipos de substâncias não permitidas, que deturpam totalmente o esporte e afetam a saúde e comprometem as vidas dos jovens”, concluiu.

O presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef), Jorge Steinhilber, alertou para a urgência da medida: “O Brasil, com o tsunami do esporte nas nossas portas, precisa fazer um trabalho para que os nossos atletas participem da Copa e das Olimpíadas sem que haja qualquer fraude por doping.”

Reportagem - Paula Bittar e Sandra Amaral/TV Câmara
Edição - Patricia Roedel

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