Educação, cultura e esportes

Escolas podem ensinar bons hábitos alimentares

06/02/2004 - 12:36  

O deputado Geraldo Resende (PPS-MS) quer criar no sistema educacional brasileiro uma política de prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e das doenças associadas à alimentação e nutrição. Para isso, apresentou à Câmara o Projeto de Lei 1699/03.
A proposta de Resende pretende resgatar hábitos e práticas alimentares regionais, estimulando o consumo de alimentos locais de baixo custo e elevado valor nutritivo. O texto também amplia o atendimento das políticas promovidas pelo Ministério da Saúde, que, segundo o parlamentar, sempre buscou dar prioridade à faixa etária até os cinco anos de idade. O projeto estende esse atendimento até a adolescência.

DESNUTRIÇÃO x SOBREPESO
De acordo com estudos realizados em 1998 pelo Fundo da Nações Unidas para Infância (Unicef) sobre países em desenvolvimento, 55% das mortes infantis estão ligadas à desnutrição. Em outro extremo, o aumento da obesidade infantil no País começa a preocupar os profissionais da área de saúde.
Em 1975, havia no Brasil 10 crianças com nanismo (uma das conseqüências da desnutrição) para cada caso de sobrepeso. Já em 1996, essa relação foi reduzida. Para cada três crianças com nanismo havia uma obesa.
A desnutrição e a pobreza são mazelas associadas. Por isso, quase todas as crianças desnutridas estão entre a população de baixa renda. Já a obesidade infantil é maior nas famílias com renda mais alta.

CONSEQÜÊNCIAS
A desnutrição é a principal causa de mortalidade de crianças menores de cinco anos no Brasil. Enquanto isso, as crianças obesas têm maiores probabilidades de sofrer, na idade adulta, de hipertensão, diabetes e doenças cardiorrespiratórias.
A adoção de políticas públicas voltadas para combater essa deficiência no País, no entanto, têm reduzido os índices da desnutrição. Em 1980, de cada mil bebês nascidos vivos, 70 morriam desnutridos. Em 1998, esse número caiu para 33 mortes.
Na avaliação do deputado Geraldo Resende, a escola deve ser "um local prioritário para educação em saúde". O parlamentar lembra que em algumas cidades já existe a restrição da comercialização de alimentos com alto valor energético.

A matéria está sendo analisada pela deputada Telma de Souza (PT-SP), relatora na Comissão de Seguridade Social e Família. Depois, será encaminhada para as comissões de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Redação.

Reportagem - Natalia Doederlein
Edição - Simone Ravazzolli

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)

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