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UBES: cota amplia acesso de jovem negro ao mercado de trabalho

24/04/2012 - 17:27  

O debate sobre cotas que ampliem o acesso de jovens negros à universidade foi um dos focos da audiência pública realizada nesta terça-feira pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara. No quarto encontro da série de sete audiências que tem como tema o trabalho decente, o assunto foi o trabalho dos jovens.

Para a presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Manuela Braga, o sistema de cotas para negros que vigora em algumas universidades repara uma dívida histórica com uma parcela importante da população brasileira.

"Por mais que se fale que não existe mais preconceito contra negros, contra a mulher ou contra pobre, argumentando que hoje essas pessoas conseguem entrar na universidade, conseguem ter um diploma na mão, eu não acho que isso seja verdade. Isso ainda existe”, disse ela. “Os dados mostram que, entre os jovens que saem da universidade, os negros recebem menos que os outros. Então, precisamos acabar com essa forma de preconceito que existe na sociedade", defendeu.

Para Eunice de Moraes, representante da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), é necessário incluir a discussão sobre racismo nas escolas para que o acesso dos negros ao mercado de trabalho seja facilitado.

"O combate ao racismo é um dos elementos fundamentais nesta questão da desigualdade, da falta de políticas e da própria violência que esses jovens vêm sofrendo no Brasil", disse Moraes.

Os debatedores lembraram que o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar amanhã a constitucionalidade do sistema de cotas para negros nas universidades. Também está em pauta a restrição do Programa Universidade para Todos a alunos que venham de escolas públicas ou que tiveram bolsa integral nas escolas particulares.

Educação básica
Responsável pela Coordenação Geral de Políticas para a Juventude do Ministério da Educação, Cláudia Guimarães, informou na audiência que um grande número de jovens entre 18 e 29 anos não têm o ensino fundamental completo.

Segundo ela, o governo pretende melhorar a qualificação desta parcela da população por meio do programa ProJovem Urbano, que conjuga acesso à educação básica e treinamento profissional. Cláudia explicou ainda que o governo aperfeiçoou o programa neste ano com salas de acolhimento para os filhos de alunas, pois quase 70% delas têm filhos.

Já o representante da União Nacional dos Estudantes (UNE), André Vitral, defendeu a redução da carga de trabalho máxima de 44 para 40 horas semanais para possibilitar que o jovem trabalhador continue estudando.

Da Rádio Câmara
Edição – Carolina Nogueira

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