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Educação infantil é prioridade para governo em 2012; Câmara discute o tema

06/02/2012 - 13:12  

Na abertura dos trabalhos do Legislativo, na última quinta-feira (2), a mensagem da presidente Dilma Rousseff destacou como prioridade para este ano o desenvolvimento das políticas voltadas para a primeira infância. “Se formos capazes de garantir mais e melhor atenção e proteção a essa faixa etária, atuaremos sobre uma das origens da desigualdade em nosso País”, avaliou a presidente. Na Câmara, o tema vem sendo debatido há mais de um ano na comissão especial sobre o Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10).

Arquivo/Beto Oliveira
Gleisi Hoffmann (Ministra-chefe da Casa Civil) entrega ao presidente do Congresso Nacional, José Sarney, mensagem da presidente Dilma Rousseff, na presença do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia
Ministra Gleisi Hoffmann entrega a Sarney mensagem com prioridades do governo para 2012.

A proposta do PNE, que determina as metas para a educação brasileira na próxima década, prevê a universalização do atendimento pré-escolar das crianças entre 4 e 5 anos de idade até 2016. Já no caso das crianças de até 3 anos, o objetivo é a oferta de creches para 50% do grupo até o final da vigência do plano.

O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), que integra a comissão especial do PNE, avalia que o governo não deverá cumprir esses objetivos no prazo estipulado. “Tendo em vista a execução orçamentária dos últimos anos e a baixa infraestrutura que vem sendo colocada à disposição da educação infantil, é pouco provável que consigamos atingir esse índice”, alertou.

Marinho explicou que a meta de 50% de atendimento em creches é a ideal, já que muitas famílias priorizam o aprendizado familiar nessa faixa etária, em detrimento do ensino formal. No entanto, segundo ele, faltam políticas efetivas voltadas para esse público dentro e fora da escola. “As crianças chegam à etapa de alfabetização com deficiências cognitivas graves, que prejudicam todo seu desenvolvimento na vida escolar”, disse.

Educação não formal
Para combater as dificuldades na vida escolar, o coordenador da Frente Parlamentar pela Primeira Infância, deputado Osmar Terra (PMDB-RS), defende a execução de políticas de educação não formal destinadas a essa faixa etária, além do atendimento escolar usual. A ideia, segundo ele, é formar grupos interdisciplinares das áreas de saúde, educação e assistência social para auxiliar as famílias durante o desenvolvimento das crianças.

Leonardo Prado
Osmar Terra
Osmar Terra sugere política de educação não formal para a primeira infância.

“Esse tipo de experiência existe em outros países e em alguns locais do Brasil e tem tido bons resultados. O período crítico do desenvolvimento humano não é a partir dos 4 anos, mas a partir do útero da mãe. A maior parte das competências humanas socioemocionais e de aprendizagem desenvolvem-se até os 3 anos de idade. Uma criança bem cuidada nessa fase tem capacidade maior de aprendizagem e relacionamentos sociais mais sólidos”, disse Terra, que também é médico.

A proposta do Plano Nacional de Educação, enviada pelo Executivo em dezembro de 2010, prevê a execução de projetos complementares às creches com orientação e apoio às famílias de crianças com até 3 anos de idade, mas não estabelece metas específicas para o tema.

Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Pierre Triboli

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