Direitos Humanos

Seminário ressalta combate à violência contra a mulher

23/03/2010 - 15:37  

Brizza Cavalcante
A bancada feminina quer focar as novas políticas públicas e leis formuladas para as mulheres.

A bancada feminina na Câmara pretende conduzir sob novo ângulo o debate sobre a proteção das mulheres contra violência e discriminação social e econômica. No seminário 'Mulheres do Futuro', realizado pela Procuradoria Especial da Mulher nesta terça-feira, o foco das novas políticas públicas e leis formuladas para o gênero feminino deve tratar da formação das mulheres desde a infância, para formar uma geração consciente.

O Legislativo solicitou a colaboração dos profissionais que lidam diretamente com a defesa dos direitos das mulheres nas áreas de saúde, educação e segurança, para formular pautas de interesse do público feminino.

No seminário da procuradoria, a chefe da delegacia da mulher em Brasília, Sandra Gomes Melo, ressaltou os avanços na aplicação da Lei Maria da Penha, contra agressões às mulheres, mas acredita que além da repressão aos crimes é necessário prevenir as futuras gerações com educação e consciência de igualdade de gênero.

"A causa da violência está justamente nessa construção social das identidades de gênero”, avalia a delegada. “Se a gente não ensina para nossos meninos e meninas que essa violência é inadmissível, que ela é crime, que traz grandes comprometimentos ao desenvolvimento social, a gente não vai conseguir avançar, vai ficar apenas prendendo, processando e não é isso que a gente quer."

Saúde e economia
A integração da saúde das mulheres no contexto econômico também foi alvo das discussões no Seminário. A saúde mental da mulher é uma das preocupações da professora e pesquisadora da Universidade de Brasília, Gláucia Diniz.

Ela explica que na definição de saúde mental estão incluídos os problemas de desigualdade no ambiente de trabalho, por exemplo, onde depressão e estresse atingem mais facilmente as mulheres.

"A questão do empobrecimento da mulher, da feminização da pobreza, a questão da violência e da dificuldade da mulher de ter acesso a bens e serviços públicos é uma questão gravíssima”, diz a pesquisadora. “E a participação das mulheres na construção dos planos de desenvolvimento são ações fundamentais para a gente entender a saúde como uma saúde global, quer dizer, ela envolve saúde física, mental, saúde social."

As participantes do seminário da Procuradoria da Mulher afirmaram que esperam do Legislativo também o papel de fiscalizar a eficácia das políticas públicas aplicadas na defesa dos direitos das mulheres vítimas de violência e discriminação.

Reportagem - Keila Santana/Rádio Câmara
Edição - Newton Araújo

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