Cidades e transportes

População do Acre também decide fuso horário neste domingo

29/10/2010 - 15:13  

Os eleitores do Acre não vão escolher apenas o novo presidente da República neste domingo. Junto com o voto no segundo turno eleitoral, a população terá que decidir, em referendo, o fuso horário que será adotado no Estado: se permanece com a diferença de uma hora em relação à hora oficial de Brasília ou se volta para duas horas a menos, como era até 2008.

Nas sessões eleitorais, haverá duas urnas eletrônicas separadas: uma para a votação presidencial e uma outra cabine para coletar os votos do referendo sobre o horário.

O projeto de decreto legislativo que prevê o referendo, de iniciativa do deputado Flaviano Melo (PMDB-AC), foi aprovado pelo Congresso Nacional em novembro do ano passado. Melo não aceita a mudança de fuso imposta pela Lei 11.662/08, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), que foi eleito no primeiro turno para governar o Estado a partir de 2011.

Polêmica
Melo argumenta que a população não conseguiu se adaptar ao adiantamento de uma hora nos relógios. "O dia passou a começar mais cedo, no escuro, e as crianças não conseguiram mais chegar à escola às 7 horas da manhã, então o Estado e alguns municípios mudaram o horário da aula para 7h30, mas mesmo assim não deu certo. Elas sempre chegam atrasadas", explica.

Já o deputado Nilson Mourão (PT-AC) defende a manutenção do fuso atual de uma hora a menos em relação a Brasília. Segundo Mourão, o horário antigo prejudica as relações comerciais do Acre com o restante do País. "Se o horário antigo estivesse mantido, agora no horário de verão teríamos três horas de diferença em relação a Brasília. Quando nós estamos aqui acordando, no centro-sul do país o sistema dos bancos, as indústrias e o comércio estão fazendo intervalo de almoço", afirma. "O problema é que algumas pessoas transformaram esse problema eminentemente técnico e de organização social em problema político", complementa.

Segundo referendo
O Tribunal Regional Eleitoral do Acre não permitiu que o referendo fosse feito no primeiro turno das eleições. A justificativa era evitar mais demora nas sessões, uma vez que os eleitores já iriam escolher seis cargos.

O referendo do Acre será o segundo realizado no Brasil, mas desta vez ocorrerá apenas em âmbito regional. Os eleitores de todo o País passaram por um referendo em 2005, quando decidiram sobre a proibição ou não da venda de armas de fogo.

Reportagem - Keila Santana/Rádio Câmara
Edição - Lara Haje

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