Política e Administração Pública

Começa campanha oficial para plebiscito sobre divisão do Pará

13/09/2011 - 13:53  

Gilberto Nascimento
Giovanni Queiroz
Para Giovanni Queiroz, criação do Tocantins é um exemplo que pode ser seguido.

Começou hoje no Pará a campanha oficial para o plebiscito sobre a proposta de divisão do estado. No dia 11 de dezembro, os eleitores paraenses irão às urnas decidir de aprovam a criação dos estados de Carajás e Tapajós.

O deputado Giovanni Queiroz, (PDT-PA) defende a divisão. Segundo ele, já existe o precedente favorável da divisão de Goiás que deu origem ao atual estado de Tocantins. “O que queremos é aquilo que já ocorreu em outros momentos. Quando criaram o Tocantins ou há 33 anos quando Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram separados se implantou aí um laboratório e posso dizer que todos eles tiveram um crescimento extraordinário", afirma.

Queiroz também questiona a viabilidade administrativa de um estado com as dimensões do Pará. “O Pará tem hoje 1.248.000 km². Como pode funcionar um governador lá na ponta norte estendendo seu braço de Estado para atender nós do sul do Pará que ficamos às vezes a 1.200 km de distância. Não tem bom governante que dê conta", argumenta.

Problemas regionais
Para o deputado Arnaldo Jordy, (PPS-PA), os problemas do Pará não serão resolvidos com a divisão. Segundo ele, os problemas do estado são na verdade regionais. “Eles são causados pela deformação do pacto federativo. A Amazônia e o Pará são vítimas de um modelo concentrador de renda”, defende.

Leonardo Prado
Arnaldo Jordy
Para Arnaldo Jordy, divisão não resolveria problemas do Pará.

Na opinião do parlamentar, mesmo hospedando boa parte da biodiversidade do planeta e produzindo quantidades cada vez maiores da energia nacional, os paraenses são muito pouco beneficiados pelas suas riquezas. “O Pará é almoxarifado do desenvolvimento alheio”, critica.

Custos elevados
Pela proposta, o Tapajós ficará com toda a área do oeste paraense, enquanto Carajás será formado com o atual sudeste do Pará. De acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os custos anuais de manutenção dos dois estados ficarão em torno de R$ 5 bilhões.

De acordo com o Diário do Pará, foram registradas cinco frentes no Tribunal Regional Eleitoral. Elas serão responsáveis pela propaganda na TV e no rádio, que começará em 11 de novembro e vai até o dia 9 de dezembro.

Reportagem - Sílvia Mugnatto/ Da Rádio Câmara
Edição - Juliano Pires

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