Comissão pressiona por demarcação de terras indígenas
18/01/2007 - 18:13
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara vai elaborar um ofício a ser encaminhado ao Ministério da Justiça pedindo empenho para a demarcação de 11 mil hectares de terras dos índios tupiniquins e guaranis no Espírito Santo. A terra é ocupada atualmente pela empresa Aracruz Celulose.
Representantes das duas etnias foram recebidos na tarde desta quinta-feira pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP). O parlamentar considera justa a reivindicação do grupo, uma vez que já há um parecer da Fundação Nacional do Índio (Funai) favorável às duas etnias. "O presidente Lula determinou ao Ministério da Justiça que fizesse a demarcação até o final do ano. O ministro da Justiça foi ao Espírito Santo e se comprometeu a decidir até o dia 31 de dezembro. Como não decidiu, os índios vieram aqui para ver se tem condições de acelerar o processo."
Guerra política
Cerca de 50 índios tupiniquins e guaranis do Espírito Santo estão acampados desde quarta-feira (17) em frente ao Ministério da Justiça. Eles vieram para a audiência com o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh com pinturas de guerra pelo corpo. O cacique tupiniquim Vilson Beneditino de Oliveira explica: "Ao longo do tempo, nossos antepassados tiveram que lutar para que tívessemos hoje um pedaço de terra. Estamos aqui de novo, lutando por uma ampliação; apesar de a manifestação ser pacífica, é uma guerra política." Vilson Beneditino disse que os índios sabem que a Aracruz Celulose tem seus aliados políticos e, por isso, entendem que estão no meio de uma guerra.
Segundo ele, 2.500 índios tupiniquins e guaranis ocupam atualmente 7 mil hectares de terras no município de Aracruz, no Espírito Santo. As disputas entre a multinacional e os indígenas pela posse da terra já duram mais de duas décadas.
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Edição - Patricia Roedel
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