CPI: fiscalização deficiente facilita o tráfico de armas

16/11/2006 - 19:27  

O comércio ilegal de armas e de munições no Brasil está diretamente associado a falhas dos órgãos públicos na fiscalização e às conexões internacionais do crime organizado. Essa conclusão fará parte do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, que será apresentado na próxima semana.
O vice-presidente da CPI, deputado Neucimar Fraga (PL-ES), disse não haver mais dúvidas de que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) é a maior responsável pela compra ilegal de armas. A maior parte do armamento entra no País pelas fronteiras com a Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.

Dificuldade de acesso
Quanto ao comércio ilegal interno, o deputado se queixou dos fabricantes nacionais - que, sob a alegação de sigilo comercial, teriam dificultado o acesso da CPI aos nomes dos seus principais clientes.
De acordo com Neucimar Fraga, o Exército também tem uma parcela de culpa pela propagação de armas entre os criminosos. "Há um descontrole muito grande por parte dos órgãos que deveriam fiscalizar as fábricas de armas - no caso, o Exército. Detectamos também assaltos freqüentes nas transportadoras responsáveis pela distribuição de armas para os comerciantes", disse.

Advogados
O relatório final da CPI também vai mostrar a ligação de advogados com o PCC. Entre os possíveis indiciados, está a advogada Ariane dos Anjos, suspeita de envolvimento no assassinato do juiz Antônio Machado Dias, ocorrido em março de 2003 no interior de São Paulo.
De acordo com Neucimar Fraga, a quebra do sigilo telefônico de Ariane, feita pela Polícia Federal, revela vários contatos da advogada com os criminosos antes e depois do assassinato do juiz. "Essas informações são capazes de subsidiar o indiciamento da advogada pela CPI", ressaltou.

A apresentação do relatório final da CPI está marcada para o dia 21. Os deputados terão até o dia 29 para votar o texto do relator, deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

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Reportagem - José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição - João Pitella Junior

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