João Magno e Romeu Queiroz negam irregularidades

21/09/2005 - 12:47  

Os deputados João Magno (PT-MG) e Romeu Queiroz (PTB-MG) depuseram ontem na Corregedoria da Câmara e negaram participação em esquemas de "mensalão" ou de recebimento indevido de recursos financeiros em campanhas eleitorais. Magno apresentou defesa por escrito na qual assegurou que nunca recebeu "vantagens indevidas, seja pelo cunho financeiro ou a qualquer título, em proveito próprio ou de outra pessoa, no exercício do seu mandato".
Segundo o deputado, que se dispôs a abrir seus sigilos bancário, fiscal e telefônico aos órgãos de investigação da Casa, seu patrimônio sempre foi e ainda é condizente com os recursos recebidos como parlamentar. No texto, João Magno afirmou que, durante suas campanhas eleitorais - a prefeito de Ipatinga, em 2004, e a deputado federal, em 2002 -, ele e representantes de outros partidos coligados na campanha à prefeitura constataram que seriam necessários mais recursos para cobrir as despesas e por isso procuraram a direção do PT, que providenciou recursos com a empresa de publicidade SMPB.

Ajuda da SMPB
A mesma iniciativa teria sido adotada antes, em 2002, na campanha para deputado federal. "Procurei pessoalmente o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, e expliquei a situação. Ele determinou que procurássemos a empresa SMPB, que estaria autorizada a repassar os recursos. Nessas duas ocasiões (campanhas de deputado federal e de prefeito), Delúbio nos informou que as notas de doações dos recursos seriam posteriormente emitidas, para que pudéssemos regularizar nossas prestações de contas junto à Justiça Eleitoral. Não imaginávamos que aquela empresa de publicidade fosse palco de ilegalidades", explicou.
Na campanha a deputado federal, Magno recebeu do PT, em 2003, para sanar dívidas de campanha de 2002, os seguintes recursos: R$ 12 mil; R$ 25 mil; R$ 4 mil; R$ 10 mil; R$ 25.915,00; e R$ 50 mil (recebidos na sede da SMPB). Os recursos foram liberados, de acordo com o deputado, por autorização do então secretário de Finanças do PT, Delúbio Soares, por meio de transferência bancária ou por retirada feitas por terceiros.
Já na campanha a prefeito de Ipatinga, João Magno recebeu, entre 17 e 24 de setembro de 2004, R$ 250 mil. Em 27 de abril de 2004, recebeu mais R$ 50 mil, procedentes da empresa 2S Participações. Os recursos, segundo ele, foram usados para pagamento de dívidas de campanha e também foram autorizados pelo PT, por intermédio de Delúbio Soares. Segundo o deputado, não houve qualquer destinação pessoal dos recursos arrecadados em 2003 e 2004, feitos com a autorização do PT, por meio de Delúbio Soares. "Que lógica teria eu receber recursos do chamado `mensalão` para votar com o atual governo, se faço parte da bancada governista e sou deputado pelo partido?", indagou.

Romeu Queiroz
Já o deputado Romeu Queiroz, que irá apresentar sua defesa por escrito à Corregedoria no prazo de três dias, negou o recebimento de recursos de campanha. "A SMPB colocou R$ 350 mil à disposição do PTB nacional, que foram sacados pelo coordenador do PTB de Minas Gerais José Hertz Cardoso. Ele trouxe estes recursos a Brasília e os entregou ao PTB nacional. Outra parcela, de R$ 102.812,76, encaminhada pela Usiminas via SMPB, foi direcionada para as campanhas a prefeituras de 20 municípios mineiros. Portanto, não cabe a mim prestar contas desses valores, já que não foram recebidos por mim, mas pelas campanhas", disse o deputado, em entrevista concedida hoje.

Reportagem - Christian Morais
Edição - Paulo Cesar Santos

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