Laudo conclui que documento foi montado eletronicamente
11/09/2005 - 14:30
O perito Adamastor Nunes de Oliveira, contratado para verificar a autenticidade do documento supostamente assinado pelo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, para prorrogar o contrato de concessão do restaurante do anexo 4 da Câmara em favor do empresário Sebastião Buani, concluiu que o documento é falso e foi "montado eletronicamente". Oliveira é integrante da Sociedade Internacional de Peritos em Documentoscopia, da Associação Brasileira de Criminalística e do Núcleo Técnico-Científico Forense.
O perito comparou a assinatura divulgada pelo endereço eletrônico da revista Veja com outros nove documentos assinados por Severino entre 2001 e 2005 e afirmou que "a rubrica atribuída ao deputado Severino Cavalcanti, no seu aspecto formal se assemelha as atualmente usadas pelo parlamentar, divergindo sobremaneira das utilizadas pelo mesmo senhor na data atribuída à feitura do documento questionado". O documento divulgado pela revista é datado de 4 de abril de 2002, mas, segundo Oliveira, o padrão da assinatura é semelhante aos documentos de 2005.
Diferença Da Redação/RB
Sobre essa diferença, a assessoria da Presidência da Câmara ressalta que Severino Cavalcanti teve um pequeno acidente vascular cerebral em abril de 2004 que alterou ligeiramente sua assinatura. Diante desse fato, a assessoria considera que a rubrica tenha sido forjada a partir da forma que ela tem hoje e não da assinatura que o presidente apresentava em 2002.
Em outro ponto de sua perícia, Oliveira afirma que o "documento questionado apresenta grandes divergências no tocante ao seu layout em relação aos documentos de comparação, principalmente na qualidade da imagem do brasão, cabeçalho, posicionamento de dados identificadores dos processos e data".
O perito, no entanto, ressalva a dificuldade de periciar uma fotocópia e salienta a necessidade de trabalhar com o documento original para obter um laudo preciso.
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)
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