ONG pede acessibilidade nos transportes públicos
25/08/2005 - 17:15
Em debate na 6ª Conferência das Cidades sobre o acesso aos transportes coletivos, o presidente da ONG Acessibilidade Brasil, Guilherme de Azambuja Lira, defendeu a execução de políticas públicas que facilitem o deslocamento das pessoas com dificuldades de locomoção, cuja maioria é de baixa renda.
Ele informou que 40% da população brasileira têm dificuldades de mobilidade, incluindo deficientes físicos, idosos, obesos, gestantes e acidentados temporariamente. Citando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Lira informou que só os deficientes físicos são 24,3 milhões de brasileiros.
Desenho universal
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Acessibilidade, engenheiro Edson Passafaro, portador de deficiência física, vários organismos internacionais têm defendido a adoção de um desenho universal para todas as edificações, o que garantiria a plena acessibilidade.
Passafaro relatou experiência aplicada na Prefeitura de São Paulo, onde foi criada uma Comissão Permanente de Acessibilidade. "Nós atacamos as áreas de habitação, vias públicas, mobiliário urbano, edificações e transportes", explicou. "Hoje, a cidade já tem as suas regras do jogo claras, e os novos governos, daqui para a frente, têm a obrigação de continuar esse processo".
Ele informou ainda que São Paulo é a primeira cidade da América Latina a construir um conjunto habitacional totalmente acessível.
Recursos da Cide
Ao citar as altas tarifas de ônibus entre as dificuldades enfrentadas pelos deficientes físicos na utilização do transporte público, Edson Passafaro defendeu a utilização da Cide para subsidiar o combustível utilizado pelas empresas do setor. A medida, segundo ele, permitiria às empresas reduzir os preços das passagens.
A Conferência das Cidades, promovida pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, foi iniciada nesta terça-feira e será encerrada hoje no auditório Nereu Ramos. Reportagem - Allan Pimentel
Edição - Rejane Oliveira
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