Educação, cultura e esportes

Capoeiristas querem reconhecimento profissional do MEC

14/09/2004 - 20:03  

Deputados e entidades representativas de capoeiristas promoveram nesta terça-feira o 7º Fórum Nacional de Políticas Públicas para a Capoeira. Os capoeiristas querem o reconhecimento oficial da atividade como profissão e pedem a desvinculação da atividade ao Conselho Federal de Educação Física. Os debates trouxeram subsídios para a elaboração de uma proposta de reconhecimento da profissão, que a Confederação Brasileira de Capoeira e a Federação Internacional de Capoeira pretendem encaminhar ao Ministério da Educação (MEC).
O presidente da Confederação Brasileira de Capoeira, Gersonilto Heleno de Sousa, anunciou que a proposta a ser encaminhada ao MEC prevê que o profissional faça um curso de tecnólogo para ser reconhecido. "Somos uma categoria séria, que busca a profissionalização", disse.
Ele disse que a idéia é fomentar a capoeira na sua totalidade. Gersonilto lembra que a capoeira, além de ser uma atividade desportiva, tem grande manifestação cultural.

Desmembramento da capoeira
O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) é autor de projeto de lei (PL 7150/02) que prevê o desligamento da capoeira do Conselho Federal de Educação Física (Confef). Umas das exigências do Confef é de que o mestre de capoeira seja um profissional da área de educação física. A proposta de Faria de Sá atribui à Confederação Brasileira de Capoeira os poderes para regulamentar e fiscalizar a profissão. O texto reconhece a capoeira como dança, competição e luta. “O Confef impõe exigências absurdas”, disse.
O deputado Philemon Rodrigues (PTB-PB) concorda com a necessidade de se fortalecer o esporte. "A capoeira envolve grande camada da sociedade e o Governo não pode ficar alheio a essa atividade, uma vez que ela melhora o nível cultural do brasileiro", afirmou.
A capoeira foi criada no Brasil há 300 anos pelos escravos africanos que fugiam das senzalas. Usada como forma de defesa, era mal vista, encarada como sinônimo de briga e desordem. Hoje, a situação é bem diferente: a capoeira é praticada em mais de 160 países.
O sétimo Fórum Nacional de Capoeira continua seus trabalhos nesta quarta-feira e vai debater vários temas, como a capoeira no ensino fundamental, médio e superior e oportunidades de negócios.

Reportagem - Lucélia Cristina
Edição - Ana Felícia

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)

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