Segurança

Pesquisa diz que 82% aprova Estatuto do Desarmamento

30/09/2003 - 16:49  

Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) em setembro mostra que 82% dos brasileiros são favoráveis ao Estatuto do Desarmamento (PL 1555/03). O resultado desse trabalho foi entregue hoje ao relator da proposta e presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP).
O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, garante que, por sua amplitude, a pesquisa é um retrato fiel da opinião do brasileiro. A pesquisa foi feita entre os dias 18 e 22 de setembro em 145 municípios de todos estados. Foram ouvidas duas mil pessoas - uma amostra dos 110 milhões de eleitores do País.
A maior parte dos entrevistados conhece o Estatuto do Desarmamento: sete em cada dez pessoas. Dos 82% favoráveis ao projeto, o maior apoio vem da região Nordeste, onde 88% defendem sua aprovação e o menor da região Sul, com 71% dos entrevistados favoráveis às medidas de combate às armas.
Entre os mais pobres, estão os mais preocupados com os prejuízos provocados pelas armas de fogo - 85% dos que ganham até um salário mínimo concordam com o Estatuto do Desarmamento. Os jovens de 16 até 24 anos também estão entre os que mais apóiam a proposta. O apoio muda ainda entre os sexos - 78% dos homens são favoráveis e 87% das mulheres.
De acordo com a pesquisa, 80% da população defende também que o crime de porte ilegal de armas seja inafiançável; e 65% acredita que, com a aprovação do Estatuto, a violência iria diminuir no País.

CRÍTICAS
A pesquisa foi criticada por deputados contrários ao fim da comercialização de armas. Na Câmara, o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, disse que a iniciativa do estudo partiu do próprio Instituto. Já para o deputado Alberto Fraga (PMDB-DF), o trabalho foi encomendado e feito com perguntas que induziram as respostas dos entrevistados.

TRAMITAÇÃO
Há duas semanas, a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou o Estatuto do Desarmamento com muitas modificações em relação ao texto original, aprovado pelo Senado.
Entre outras alterações, foi retirado o dispositivo que tornava o porte ilegal de armas crime inafiançável e a previsão de uma consulta popular em 2005 sobre a venda de armas.
O projeto está agora na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação, onde é relatada pelo deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, um dos idealizadores da proposta e relator do projeto na Comissão Mista do Porte de Armas, criada para consolidar as proposições em tramitação no Congresso que tratavam do assunto.
O deputado deve apresentar seu parecer na próxima semana e a expectativa é que ele retome o texto original do Senado. Para ele, os resultados do estudo vão ajudar na aprovação do Estatuto. "Os deputados que, como eu, estão lutando para a aprovação do Estatuto do Desarmamento sentem-se mais reforçados ao saber da imensa adesão que o projeto tem tido da população", afirmou ele.
Depois da discussão e votação pela Comissão de Constituição e Justiça, previstas para os dias 7, 8 e 9 de outubro, o Estatuto do Desarmamento será analisado pelo Plenário da Câmara.

MANIFESTAÇÃO
Representantes de entidades contra a violência querem convencer os deputados a aprovar o Estatuto. Foi montado um estande dos grupos na Câmara para pedir o apoio dos parlamentares e informar a população sobre o assunto.

Reportagem - Patrícia Gonçalves e Teresa Cristina Soares
Edição - Daniela André

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)

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