Economia

Ministro: País precisa crescer 7% ao ano para cumprir Plano 2022

O Plano pretende, entre outras medidas, erradicar o analfabetismo, a pobreza absoluta e a desnutrição até 2022.

12/05/2010 - 21:10  

Para sustentar as mudanças exigidas pelo Plano Brasil 2022, o País terá de crescer, em média, 7% por ano a partir de 2011, segundo afirmou nesta quarta-feira o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Samuel Guimarães. "Pode parecer improvável, mas acredito que vamos conseguir", disse ele, em audiência pública promovida pelas comissões da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

O Plano Brasil 2022 é um pacote de metas sociais, econômicas e ambientais para o País no ano que será o do bicentenário de sua independência. Entre as medidas propostas na versão preliminar, divulgada pela SAE há duas semanas, está o fim do analfabetismo, da pobreza absoluta (cidadãos que vivem com menos de dois dólares por dia) e da desnutrição até 2022. A versão final do documento será entregue no dia 30 de junho ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Guimarães, o País tem capacidade de investir na expansão da atividade produtiva e, em consequência, melhorar a qualidade de vida de todos os brasileiros: "O BNDESO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O banco financia principalmente grandes empreendimentos industriais e de infra-estrutura, mas também investe nas áreas de agricultura, comércio, serviço, micro, pequenas e médias empresas, educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e transporte coletivo de massa.  é o maior banco de desenvolvimento do mundo, movimenta cerca de R$ 180 bilhões por ano. Os impostos arrecadados com as empresas geram os recursos necessários ao governo para os programas sociais e a construção de estradas, por exemplo." Guimarães ressaltou também a relevância do Congresso Nacional na elaboração de políticas públicas voltadas ao crescimento do País.

América do Sul
A redução das disparidades econômicas entre o Brasil e os demais países da América do Sul é outro desafio a ser enfrentado para atingir as metas do Plano Brasil 2022, segundo Guimarães. "A prosperidade dos vizinhos favorece o nosso desenvolvimento, pois intensifica as transações bilaterais", argumentou.

De acordo com Guimarães, atualmente o Brasil apresenta um elevado superávit comercial em relação aos países sul-americanos. A única exceção, segundo ele, é a Bolívia, em razão do comércio de gás natural. Para o ministro, a tendência é a de que o "abismo" entre as nações aumente, caso o Brasil não invista em políticas de integração. "A nossa pauta exportadora é muito mais diversificada do que a dos nossos vizinhos; logo, o desequilíbrio tende a crescer", advertiu. Samuel Guimarães defendeu a implementação de programas multinacionais nas áreas de transporte, energia e telecomunicações.

Plano ambicioso
Outras metas estabelecidas pelo Plano Brasil 2022 são ampliar o emprego formal; igualar os salários de homens e mulheres; universalizar o acesso à banda larga; triplicar a rede metroviária nas grandes cidades; e alcançar a autonomia na produção de medicamentos. "O plano é ambicioso, porém executável", defendeu Guimarães.

O deputado Dr. Ubiali (PSB-SP), porém, alertou para a dificuldade de o País cumprir algumas das metas estipuladas, como a que reduz a zero o nível de desmatamento. Ele defendeu a importância do plano de metas, em especial por prever a universalização do ensino em tempo integral.

Já o deputado Fernando Marroni (PT-RS) enalteceu as metas ambientais do Plano Brasil 2022. O pacote prevê estratégias de incentivo ao uso de energias alternativas, e segundo Marroni o plano deve contribuir para que o Brasil abra um ciclo de consumo consciente no mundo. "O planeta não suporta mais o consumo predatório dos Estados Unidos e de alguns países europeus", alertou.

Reportagem — Marcelo Oliveira
Edição — Maria Clarice Dias

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