Centrais sindicais se unem pela redução das horas de trabalho

30/06/2009 - 20:42  

Representantes das centrais sindicais lotaram hoje o auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados em manifestação favorável a redução da carga horária de trabalho de 44 para 40 horas semanais.

Integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral de Trabalhadores Brasileiros (CGTB), Nova Central Sindical dos Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores e Central dos Trabalhadores do Brasil defenderam a PEC 231/95, e destacaram a possibilidade de haver um aumento de vagas no mercado de trabalho, a partir da sanção da lei.

Para o presidente da CUT, Artur Henrique, a proposta pode servir como instrumento de enfrentamento da crise. Ele lembrou que a última redução na jornada ocorreu há 21 anos. "Acho que hoje é um dia histórico para o conjunto da classe trabalhadora. Na Constituição de 88 foi a última vez que nós tivemos a redução da jornada de 48 para 44. E agora, 21 anos depois estamos aqui no Congresso Nacional prestes a aprovar a redução da jornada de 44 para 40 horas."

O secretário da Força sindical João Carlos Gonçalves lembrou que vários países já têm carga horária semanal até menor que 40 horas.

União das centrais
João Carlos ainda destacou a união das centrais sindicais. "As centrais sindicais estão unidas nessa ação. Estamos trazendo um anseio dos trabalhadores, porque várias categorias que têm convenção coletiva já reduziram para 40 horas." Ele lembra também que há acordos coletivos por empresa que já têm 40 horas. "É preciso uniformizar essa redução de jornada para que a competitividade entre as empresas fique boa e também para os trabalhadores tenham mais tempo, tanto para suas famílias, como para se qualificar profissionalmente, como também usufruir das mudanças tecnológicas que ocorreram em cada local do trabalho."

Para o presidente da CGTB, Antonio Neto, chegou o momento de se fazer justiça à classe operária, já que as empresas apresentam ganhos de produtividade há 20 anos.

Antônio Neto também destacou a união das centrais. "Estou profundamente emocionado com o momento e com a disposição da Casa de ter colocado a votação no auditório Nereu Ramos, em vez de fazer lá na comissão normal, dando possibilidade de dirigentes sindicais de todo o Brasil virem participar."

Wagner Gomes, da Central dos Trabalhadores do Brasil, lembrou que a aprovação é parte da vitória dos trabalhadores. "A redução de 44 para 40 horas gera empregos, mas o que a gente tem que ficar atento é que [a aprovação] é ainda na comissão, e vai passar ainda pelo Plenário da Câmara e depois pelo Senado. Hoje aqui foi uma parte da batalha."

O presidente da Nova Central dos Trabalhadores, Calixto Ramos, disse que o movimento sindical lutou cerca de 50 anos para reduzir a jornada de 48 para 44 horas semanais de trabalho. Mas, segundo ele, a classe trabalhadora luta pela jornada de 40 horas, sem perder de vista a possibilidade da jornada de 36 horas, como já ocorre em países desenvolvidos.

Reportagem - Paulo Roberto Miranda
Edição - Regina Céli Assumpção

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