Política e Administração Pública

Deputados e especialistas apresentam sugestões de combate à seca

24/06/2009 - 19:20  

O representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luciano Marcos de Carvalho, apontou como uma das saídas para o problema do clima que tem provocado a perda de produção no Rio Grande do Sul o plantio de variedades adaptadas à seca. Para isso, segundo ele, a Embrapa poderá contribuir com a escolha das culturas resistentes à seca.

Ele participou nesta quarta-feira de audiência pública, promovida pela comissão externa da Câmara que acompanhou a situação de estiagem no Rio Grande do Sul, para discutir a elaboração de políticas públicas permanentes contra os efeitos da seca no estado.

Segundo o presidente da comissão e autor do requerimento para realização dos debates, deputado Marco Maia (PT-RS), a cada ano o Rio Grande do Sul perde 20% de sua lavoura por causa da seca. "A cada cinco anos perde um de produção, que tem impacto direto na economia dos municípios", disse.

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O deputado Marco Maia reivindicou políticas públicas unificadas no Sul para combater a seca.

Colheita menor
Segundo o secretário Extraordinário da Irrigação e Usos Múltiplos da Água do Rio Grande do Sul, Rogério Ortiz Porto, como consequência da seca, o produtor gaúcho colheu apenas o equivalente a 867 mil hectares de soja dos 4,1 milhões de hectares plantados em 2008. Segundo ele, a produtividade do estado durante a seca é cinco vezes menor.

O secretário disse ainda que estudos produzidos pelo governo local apontam que o Rio Grande do Sul deixou de produzir milho e soja, em 1975, por exemplo, o equivalente a US$ 1 bilhão.

De acordo com o Coordenador-geral do Seguro da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, José Carlos Zukowski, a previsão para 2009 é de o seguro pagar R$ 370 milhões com as perdas causadas pela seca. "Já pagamos mais de R$ 120 milhões este ano", disse. Segundo ele, a seca neste ano é maior no Pará do que no Rio Grande do Sul.

Manejo
Zukowski observou que o mais importante para combater os efeitos da seca é trabalhar o manejo. Se, por exemplo, um produtor perder três anos de colheita, segundo ele, deve trocar de cultura.

O coordenador citou alguns fatores de perda da produção como solos arenosos e plantio perto dos rios. Isso, explica, justifica a razão de no mesmo município um agricultor perder a colheita e outro não.

Já Maria Inez Resende Cunha, Assessora do Departamento de Articulação e Gestão da Secretaria Nacional de Defesa Civil, sugeriu um plano preventivo de longo prazo, que deverá ser debatido com a sociedade e articulado com o governo estadual e com os prefeitos e um plano de contingência para reduzir os danos provocados pelos desastres.

Ela também defendeu parceria entre os municípios afetados para elaboração de projetos estruturantes de infraestrutura hídrica. Maria Inez informou ainda que o governo federal destinou R$ 40 milhões para os municípios gaúchos afetados pela seca.

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Reportagem - Oscar Telles
Edição - Newton Araújo

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