Política e Administração Pública

Parlamentares pedem aprovação mais ágil de acordos internacionais

19/05/2009 - 23:55  

Presidentes de Grupos Parlamentares de Amizade, constituídos entre o Congresso brasileiro e parlamentos de outros países, declararam apoio nesta terça-feira ao Projeto de Resolução 47/07, do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). O texto dá, às comissões permanentes da Câmara, poder conclusivo para ratificar acordos internacionais, dispensando sua votação em Plenário.

Em reunião na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, os parlamentares ressaltaram que a demora na aprovação de matérias absolutamente consensuais prejudica a imagem do Congresso e do Brasil diante do mundo.

Segundo o presidente dos grupos de amizade Brasil-Reino Unido e Brasil-Rússia, deputado Átila Lins (PMDB-AM), o acordo entre Brasil e Rússia que isenta de vistos os visitantes de ambos os países "já foi aprovado pela Duma, o parlamento russo, e ainda não foi votado pela nossa Câmara, criando uma situação assimétrica".

Espaço para discussão
Vieira da Cunha esclareceu que a Câmara só tem a prerrogativa de aceitar ou rejeitar os acordos internacionais, sem poder fazer qualquer mudança nos seus termos.

Segundo ele, o caráter terminativo já é previsto no Senado, e se fosse aceito também pela Câmara o processo de ratificação ficaria muito mais ágil, sem prejuízo de apreciação no Plenário quando se tratasse de matéria polêmica. Vieira da Cunha deu como exemplo o debate sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul: segundo seu projeto, o acordo sobre esse tema poderia ir a votação em Plenário a pedido de um décimo dos deputados.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputado Severiano Alves (PDT-BA) sugeriu aos presidentes dos grupos de amizade que encaminhem, ao colegiado, a lista dos acordos pendentes. Ele se comprometeu a realizar reuniões, entre a comissão e os grupos, para acompanhar o andamento das matérias.

Severiano Alves pediu que os parlamentares atuem junto à Mesa Diretora da Câmara para que os tratados pendentes sejam votados.

Reconhecimento
Os presidentes de grupos de amizade reivindicaram um maior reconhecimento institucional. Eles reconhecem o apoio político da comissão, mas querem uma vinculação administrativa com o Parlamento. Há necessidade, inclusive, de uma melhor regulamentação da criação dos grupos, já que grupos com a mesma finalidade são propostos de forma independente na Câmara e no Senado.

Para o presidente do grupo de amizade Brasil-Países Árabes, deputado Nilson Mourão (PT-AC), "a dimensão internacional não está bem posta dentro da estrutura da Câmara".

Já o deputado Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) exemplifica a precária situação administrativa: "O grupo parlamentar Brasil-União Européia promoveu um evento e não foi possível imprimir os convites, nem mesmo pela cota pessoal dos deputados", pois ele não é reconhecido pelas instâncias administrativas.

De acordo com Rocha, poderá ser feito um projeto de resolução sobre a criação e o funcionamento desses colegiados na Câmara e no Senado.

Notícias relacionadas:
Câmara aprova ratificação de 16 acordos internacionais
Celso Amorim pede agilidade na aprovação de acordos internacionais
Ministro pede apoio para mudança em regra de acordo internacional
CCJ aprova análise conclusiva para atos internacionais

Reportagem - Rejane Xavier
Edição – João Pitella Junior

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.


Íntegra da proposta