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Especialistas defendem implantação do bilhete único em coletivos

06/05/2009 - 19:39  

Especialistas em transportes urbanos defenderam nesta quarta-feira, na Câmara, a implantação do bilhete único nos coletivos em circulação no País. De acordo com técnicos que trabalham no setor, o bilhete único representa economia para quem utiliza os transportes coletivos, diminui os assaltos a ônibus e aumenta a participação da população como usuária do sistema.

Segundo o secretário municipal de Transportes de Campinas (SP), Gerson Bitencourt, a demanda mensal por transportes coletivos na cidade aumentou com a implantação do bilhete único. Passou de 9,5 milhões de passageiros, em 2005, para quase 16 milhões, em março de 2009. O bilhete único, implantado em maio de 2006, tem 815.160 usuários para uma população de 1,056 milhão de habitantes.

Bitencourt foi um dos participantes da audiência pública de hoje promovida pela Comissão Especial de Desoneração do Transporte. Está em discussão na comissão a redução de tarifas e a implantação do bilhete único, que permite às pessoas utilizarem várias conduções, pagando uma só passagem.

Aprovação de 97%
A população de Campinas teve uma economia com o bilhete único de quase R$ 5 milhões, em quase três anos, segundo Bitencourt. Ele disse que, com uma tarifa de R$ 2,50, o usuário pode viajar uma hora sem pagar nova tarifa. "97% da população aprovam o bilhete único", afirmou.

Bitencourt disse que Campinas subsidia o transporte público de idoso e deficiente físico. São 4,5 milhões de passageiros por ano só de deficientes físicos, segundo o secretário, que são transportados em ônibus e microônibus com idade média de 3,7 anos. "Campinas tem 1,3 mil ônibus e microônibus", informou.

Menos assaltos
A diretora técnica da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza S.A, Calina Barros de Oliveira Mont`alverne, afirmou que uma das vantagens do bilhete único é a diminuição do número de assaltos em ônibus, já que o pagamento da passagem é feito em outro local.

Segundo ela, Fortaleza tem a menor tarifa do País: R$ 1,60. Para reduzir os custos da tarifa, a diretora defende que o governo federal subsidie o transporte de idosos.

Calina disse que em julho de 2007 o governo lançou a tarifa social (R$ 1,00 inteira e R$ 0,50 estudante), que inicialmente funcionava no último domingo de cada mês. Com a redução do ICMS, a partir de março de 2008, o benefício passou a ser usado todos os domingos e a demanda naqueles dias passou de 350 mil passageiros para 550 mil.

Menos exclusão
Na avaliação do advogado do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de São Paulo Antônio Sampaio Amaral Filho, a desoneração tarifária é necessária a fim de evitar a exclusão de passageiros. Ele informou que São Paulo subsidia 15% do valor da tarifa, o que representa um gasto de R$ R$ 600 milhões por ano.

Amaral Filho disse que o bilhete único, implantado em São Paulo em maio de 2004, propiciou melhoria no deslocamento da população, melhorando a segurança, o que também reduziu, segundo ele, o número de assaltos.

Impacto na tarifa
Por sua vez, o relator da comissão, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), pediu aos palestrantes que lhe encaminhasse o impacto de cada tributo no preço da tarifa. Ele pretende reduzir a tarifa para permitir que mais pessoas usem o transporte público. Segundo Zarattini, muitos trajetos em São Paulo ficam mais baratos se percorridos de carro do que de ônibus.

A comissão especial foi criada para analisar o Projeto de Lei 1927/03, do deputado Fernando de Fabinho (DEM-BA), que isenta da Cide os combustíveis utilizados pelo transporte coletivo urbano municipal e pelo transporte alternativo de passageiros, quando legalizado.

Segundo a proposta, a isenção será feita pela compensação de créditos tributários. O objetivo da medida é minimizar o impacto do preço dos combustíveis no valor das passagens.

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Reportagem - Oscar Telles
Edição - Newton Araújo

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