Participantes defendem enfoque regionalizado em casos recorrentes

31/03/2009 - 13:22  

Durante a comissão geral que discutiu a estrutura da defesa civil no País, alguns participantes destacaram a necessidade de haver um enfoque regionalizado para combater alguns problemas recorrentes em algumas localidades. O superintendente da Defesa Civil de Imperatriz (MA), Francisco das Chagas Silva, por exemplo, lembrou que todos os anos o rio Tocantins transborda, atingindo quatro bairros da cidade, e a defesa civil precisa de estrutura para assistir à população.

O secretário-executivo de Ações de Defesa Civil do Amazonas, coronel Roberto Rocha Guimarães da Silva, por sua vez, defendeu a concessão de autonomia à Força Aérea Brasileira, para que ela possa atender os estados da Amazônia Ocidental. O secretário lembrou que a região é isolada e enfrenta dificuldades de transporte.

Sobre esse problema, o deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM) advertiu que, em 2009, as cheias poderão ser maiores que as de 1953, quando houve a pior tragédia da região. Mas, segundo o deputado, provavelmente não haverá perda de vidas, porque a região vive em torno do rio e vê os sinais. Ainda assim, o deputado alertou para o risco de uma "catástrofe econômica", que poderá acabar com plantações e deixar as pessoas ilhadas por mais de um mês.

Ele disse que estará atento às propostas apresentadas na Comissão Geral que ocorre neste momento em plenário sobre a defesa civil. "É preciso que nós de fato concretizarmos algumas das propostas que surgem desse debate, e não deixemos que elas demorem nas comissões", disse.

Rede
Já o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica de Santa Catarina (Fapesc), Antônio Diomário de Queiroz, disse que o governo estadual está criando uma rede para organizar pesquisas relacionadas à prevenção de desastres. "Organizamos uma rede de inteligência para prevenção de catástrofes, que já conta com colaborações nacionais e internacionais." Ele pediu o apoio da Câmara e do governo federal para a extensão dessa rede para todo o País e a destinação de recursos para pesquisa e monitoramento do setor.

Segundo Queiroz, no caso das enchentes e dos deslizamentos em Santa Catarina, a maior dificuldade na mobilização das pessoas e dos esforços foi de informação. Por isso, o estado está investindo numa infraestrutura que inclui um novo radar meteorológico, e a rede está se preparando para monitorar estações meteorológicas ao longo dos rios, monitorar formação de granizo e fazer análises oceanográficas, além da gestão de florestas e da água do solo e a análise de riscos de deslizamento.

O presidente da fundação afirmou que todas essas informações ficarão disponíveis em um portal aberto a toda a sociedade, de forma a ajudar o planejamento das prefeituras.

O diretor do Departamento Estadual de Defesa Civil de Santa Catarina, major Márcio Luiz Alves, declarou que o estado está iniciando um programa de treinamento de voluntários para atuarem em momentos de crise. Segundo ele, a partir da solidariedade dos brasileiros com a população do estado, muito se aprendeu sobre essa atuação, e a experiência pode ser repassada para outros locais. "Não basta termos pessoas dispostas a irem socorrer as vítimas, precisamos de treinamento e segurança para elas", disse.

Embora tenha ressaltado a importância dos voluntários que foram a Santa Catarina, o major disse que alguns não estavam em condições de ajudar, por falta de treinamento, o que acabou prejudicando a defesa civil. Ao todo, 12 mil pessoas se inscreveram para ajudar.

Da Reportagem
Edição: Wilson Silveira

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