Relator apresenta na quarta parecer sobre MP de Terras da Amazônia

17/03/2009 - 15:08  

O deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA) - relator da Medida Provisória (MP) 458/09, que regulariza terras na Amazônia - informou na manhã desta terça-feira, em bate-papo com internautas na Agência Câmara, que pretende apresentar nesta quarta-feira (18) seu parecer sobre a MP.

A medida é polêmica e recebeu 249 emendas de parlamentares. "Estou fazendo todos os esforços possíveis para que meu relatório seja divulgado amanhã", disse Asdrubal Bentes. "Não é tarefa fácil, porque nos últimos dias praticamente estou sem dormir, negociando com os principais atores envolvidos na questão: parlamentares, órgãos federais e estaduais, as lideranças da região", ressaltou.

Se seu navegador não puder executar o vídeo, <a href="#texto">veja a descrição textual do conteúdo do vídeo desta matéria</a>.<br /> Se preferir, <a href="http://imagem.camara.gov.br/internet/midias/TV/2009/03/tvcahoje20090316-002-wm.100.wmv">obtenha o vídeo</a> e salve-o em seu computador.

Veja matéria sobre a polêmica entre ruralistas e ambientalistas em torno da MP.

A MP autoriza a transferência sem licitação de terrenos da União com até 1,5 mil hectares, na Amazônia Legal, a quem estava em sua posse antes de dezembro de 2004. O internauta Raphael, do Portal Amazônia, quis saber o que ocorrerá com as pessoas que passaram a ocupar terras após essa data. Asdrubal Bentes informou que, em seu relatório, ele retirou essa condicionante para estender o prazo até a data da vigência da lei.

Segundo o texto da MP, pessoas jurídicas, servidores públicos e estrangeiros não são beneficiados pela medida. Questionado sobre a exclusão desses segmentos, Bentes afirmou que não vê nenhuma justificativa para tal. "Por esta razão, estou suprimindo o artigo referente a essas exigências", informou.

Crimes ambientais
A maioria dos participantes do bate-papo demonstrou preocupação com a possibilidade de a medida provisória promover a grilagem e o desmatamento da região, toda sorte de crimes ambientais e desrespeitar a reserva legal na Amazônia, que é de 80% da área das propriedades.

Asdrubal Bentes acredita que, ao contrário, a MP inibe os desmatadores e grileiros. "O desmatamento e os crimes ambientais ocorreram pela ausência do Estado", assegura o deputado. "A inobservância dos dispositivos legais referentes à legislação ambiental proíbe os que cometeram essas infrações de se habilitarem junto às entidades fornecedoras de crédito, mesmo que os seus títulos de posse sejam definitivos", acrescenta.

Em relação à reserva legal, o deputado explicou que existem atualmente duas situações. A primeira, referente às ocupações anteriores à Lei 4.771/96, que estabeleceu a reserva legal de 50%. Nesse caso, segundo ele, as posses anteriores a 1996, desde que comprovadas, deverão ser respeitadas. E as posteriores se submeterão à reserva de 80%.

Laranjas
Outro ponto que preocupa os participantes do chat seria como evitar que posseiros sejam "laranjas" de outros, e assim conseguirem mais terras do que o montante previsto na MP. "Em qualquer tipo de atividade humana, por mais perfeita que seja a lei que a disciplina, o ser humano, principalmente o brasileiro, que sempre dá um "jeitinho", encontra uma brecha para atender o seu interesse. Realmente é muito difícil evitar a figura do laranja", admitiu o parlamentar.

Veja a íntegra do bate-papo

Leia mais:
Deputado estabelece prazo de três anos para zoneamento ecológico

Notícias anteriores:
MP de regularização de terras na Amazônia recebe 248 emendas
Câmara aprova área maior para fazendas na Amazônia
Proposta restringe compra de terras por estrangeiros

Reportagem - Newton Araújo
Edição – Regina Céli Assumpção

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.


Sua opinião sobre: MPV 458/2009

Íntegra da proposta