Direitos Humanos

Câmara acompanhará investigação do assassinato de dirigente do PT

26/01/2009 - 18:40  

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara vai acompanhar as investigações do assassinato do vice-presidente do Partido dos Trabalhadores em Pernambuco, o advogado Manoel Bezerra da Mota Neto, que também era assessor do deputado Fernando Ferro (PT-PE).

O crime aconteceu no último sábado na praia de Marisco, município de Pitimbu, litoral sul da Paraíba. Manoel Bezerra foi enterrado no domingo na cidade de Itambé em Pernambuco.

Em nota oficial, a Comissão destacou que a Câmara tem o compromisso político de atuar para que este crime não fique impune. Também pede proteção da Polícia Federal para o deputado Luiz Couto (PT-PB), que presidiu a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grupos de Extermínio.

Luiz Couto lamentou a morte de Manoel Bezerra e creditou o crime ao descaso com que o governo do estado vem tratando as denúncias da existência desses grupos dentro das polícias civil e militar.

Abominável
Já o líder da bancada do PT na Câmara, deputado Maurício Rands (PE) classificou como "abominável" o assassinato. "É inaceitável, é abominável que no século XXI, com as instituições democráticas funcionando normalmente, alguém seja brutalmente assassinado pela sua militância política, seu compromisso de combate ao crime organizado e com os direitos humanos", afirmou.

Em razão da gravidade do fato, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, solicitou ao ministro da Justiça, Tarso Genro, a indicação de um delegado especial da Polícia Federal para acompanhar o caso.

Grupos de extermínios
O presidente da CDH, deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), destacou que Manoel Bezerra foi peça importante na denúncia da existência de grupos de extermínio na CPI dos Grupos de Extermínio, que tratou do assunto na Câmara.

Para o deputado, a Câmara tem a obrigação de acompanhar o caso e incentivar a participação da Polícia Federal e do Ministério da Justiça para que se chegue o mais rápido possível aos culpados.

Marcado para morrer
"Era alguém marcado para morrer. Alguém assassinado covardemente, alguém que contribuiu para as instituições denunciando o crime organizado", ressaltou Pompeo de Mattos. O parlamentar lembrou que Manuel Bezerra liderava a OAB no seu estado e que tinha um envolvimento político importante.

"Não pode ficar impune esse crime, ele precisa ser esclarecido sob pena de nós declararmos solenemente que estamos perdendo para o crime organizado", alertou o deputado.

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Reportagem - Karla Alessandra/Rádio Câmara
Edição - Newton Araújo

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