Política e Administração Pública

Parlamentares cobram negociação de paz entre Israel e Palestina

07/01/2009 - 19:48  

Um grupo suprapartidário de deputados pediu nesta quarta-feira (7), aos embaixadores de Israel e da Palestina no Brasil, a retomada das negociações de paz no Oriente Médio. Em 12 dias de conflito, já houve mais de 650 mortos e 2,9 mil feridos, entre eles centenas de civis palestinos. No documento entregue à embaixada de Israel, os deputados cobram o imediato fim das hostilidades, a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza e a permissão para a ajuda humanitária às vítimas.

Os deputados Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Nilson Mourão (PT-AC), Antonio Carlos Chamariz (PTB-AL), Paulo Teixeira (PT-SP), Pedro Wilson (PT-GO) e Jô Moraes (PCdoB-MG) entregaram aos embaixadores documentos com as reivindicações, assinados também por parlamentares do PMDB, do DEM e do PDT.

Ataques
O embaixador Giora Becher afirmou que o documento chegará ao governo israelense nesta quinta-feira (8). Segundo ele, os ataques de Israel não são contra a população palestina, e sim contra os integrantes da organização paramilitar Hamas, que pretendem "destruir o Estado de Israel e matar os judeus".

"Se pudermos ter paz, não será por meio de organizações terroristas, como o Hamas, e sim através dos legítimos governos moderados do mundo árabe e de Israel", disse. "Queremos um cessar-fogo duradouro. O que falta é a garantia de que nunca mais os terroristas vão atacar Israel. Dos 600 mortos, a grande maioria é de terroristas do Hamas", argumentou.

De acordo com ele, se há uma guerra é porque "terroristas" do Hamas lançaram ataques de foguetes contra a população civil de Israel. Becher disse que "numa guerra sempre há vítimas civis".

Solidariedade
Já no documento entregue à embaixada da Autoridade Palestina, os deputados se solidarizaram com a população da Faixa de Gaza e pediram a retomada das articulações pela paz. Eles também se comprometeram a cooperar para o estabelecimento de uma rede de solidariedade mundial pela autonomia do Estado Palestino e pela sua convivência pacífica com Israel.

O embaixador Ibrahim Al-Zeben agradeceu a iniciativa dos parlamentares e acusou Israel de genocídio contra os palestinos: "Qualquer atitude ajuda a parar esse massacre contra o nosso povo. Há uma crise humanitária na Faixa de Gaza, com pessoas sem água potável, combustível e remédios. Muitos morrem por falta de socorro e de remédios, além do bombardeio criminoso. Nada justifica esse massacre", ressaltou.

Zeben rebateu a versão de que a maioria dos mortos é de terroristas. Ele afirmou ter visto, em fotos, que entre as vítimas há cerca de 300 pessoas com idades entre três meses e dois anos. "Esses são terroristas?" questionou. Segundo o embaixador, a Palestina não quer um "vizinho genocida", e sim um que respeite o direito internacional.

Ajuda
O deputado Paulo Teixeira disse que a prioridade neste momento é garantir a ajuda humanitária. "Um dos pedidos é o cessar-fogo imediato, para que os médicos possam atender as pessoas que estão feridas e para que seja retomado o fornecimento de energia e de alimentação", explicou.

Também é necessário, de acordo com ele, que uma força de paz internacional entre na região para mediar os conflitos. "Nós fomos às embaixadas para explicitar o desejo de paz do povo brasileiro, que está chocado diante das imagens da guerra. O conflito atinge civis, crianças, mulheres e inocentes", acrescentou Paulo Teixeira.

Para o deputado Pedro Wilson, é inequívoca a solidariedade dos parlamentares brasileiros à Palestina. "Mas, neste momento, também queremos que haja uma mediação para estabelecer o cessar-fogo e criar a possibilidade de diálogo", concluiu.

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Comissão de Direitos Humanos pede cessar-fogo na Faixa de Gaza

Reportagem - José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição – João Pitella Junior

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