Ciência, tecnologia e Comunicações

TV pública digital vai priorizar multiprogramação e interatividade

16/12/2008 - 20:10  

A missão de produzir programação variada e interativa deve ser prioridade da rede pública de TV digital, formada por TV Câmara, TV Senado, TV Brasil, TV Justiça, Canal Educação e Canal Cidadania. Além dos ministérios da Educação e das Comunicações, também o ministério da Cultura está negociando sua entrada na rede com um canal próprio.

As emissoras públicas assinaram em novembro um protocolo de intenções para implantação da plataforma integrada da TV digital. A TV Brasil será a operadora da rede pública, segundo informações dadas pela presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, durante seminário promovido nesta terça-feira pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática sobre o processo de implantação da TV digital no País.

Teresa Cruvinel destacou que o plano de implantação da TV digital não está andando com a rapidez que todos gostariam porque são investimentos muito altos. "A televisão comercial, por exemplo, também está se queixando. Ela está investindo, mas ainda não tem retorno de publicidade. No caso do setor público, que não tem publicidade, é preciso encontrar formas de baratear e que nos permitam acelerar a implantação de canais digitais", afirmou.

A presidente da EBC disse que o termo de cooperação entre as TVs públicas é um instrumento para acelerar a implantação a custos mais baixos. "A EBC será uma operadora de rede, ou seja, ela é responsável por isso, mas os custos serão rateados."

O governo espera fazer a licitação para instalação da rede única de plataformas e torres de transmissão para as emissoras públicas até agosto do ano que vem. O assessor especial da Casa Civil André Barbosa Filho disse que a expectativa é que as emissoras comecem a operar em sinal digital em 2010. Até 2012, a rede pública já deve estar presente em todas as capitais e grandes cidades brasileiras.

Multiprogramação
A interatividade e a multiprogramação são as grandes promessas para estimular o acesso da população à TV digital nos próximos dois anos. Com elas, o telespectador terá mais canais e uma programação interativa, ou seja, da qual possa participar. O usuário poderá comprar as roupas da atriz da novela sem sair de casa ou fazer perguntas aos parlamentares durante as audiências e sessões do Congresso, por exemplo.

Barbosa Filho destacou que as emissoras comerciais não implantarão agora a multiprogramação porque não há interesse dos anunciantes. A TV comercial também está mais lenta que a TV pública na adoção da interatividade.

Em sua avaliação, com a interatividade, o hábito de ver televisão das pessoas vai mudar, porque elas não vão mais simplesmente estar assistindo à TV. "Isso deve gerar um impacto para quem sair na frente. Acho que vai ser uma boa briga, porque na hora em que a TV comercial perceber isso, não vai querer perder a primazia de lançar um novo produto", disse.

Campanha
André Barbosa Filho informou que as emissoras de TV e os fabricantes de equipamentos vão começar em janeiro uma campanha de esclarecimento para a população sobre a TV digital.

Ele afirmou que, por exemplo, muitas pessoas não sabem que precisam ter uma antena UHF para captar o sinal nas oito capitais (São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Goiânia, Curitiba, Porto Alegre, Salvador e Cuiabá), além de Campinas (SP), em que já foi implantada a TV digital.

Infra-estrutura
O presidente da comissão de Ciência e Tecnologia, deputado Walter Pinheiro (PT-BA), acredita que a TV digital é uma ferramenta para superar problemas de infra-estrutura do País. Ele ressaltou que não se trata apenas de melhorar a imagem e o áudio, o que as pessoas de maior poder aquisitivo já conseguem comprando bons equipamentos. "A TV digital pode fazer mais: pode levar isso agora a todos, ou seja, um bom sinal e um bom áudio, mas também pode ser uma ferramenta para levar outro tipo de serviço e superar, inclusive, os problemas de infra-estrutura que nós temos."

Segundo o deputado, o preço mais baixo dos equipamentos e uma programação mais atrativa são essenciais para que o público brasileiro invista na compra dos televisores e conversores e tenha acesso à nova tecnologia.

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Reportagem - Cristiane Bernardes/Rádio Câmara
Edição - Marcos Rossi

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