Debatedores avaliam que jornada menor aumentará produtividade

18/11/2008 - 20:01  

Para o representante da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Antônio Evanildo Rebelo Cabral, o corte de quatro horas na jornada semanal vai trazer mais produtividade para as empresas, porque os trabalhadores terão mais qualidade de vida e estarão menos sujeitos às doenças profissionais associadas à fadiga. O representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Joílson Cardoso, por outro lado, lembrou que a jornada do trabalhador é bem superior a 44 horas. "Muitos gastam duas, três horas de transporte para chegar ao trabalho", disse.

Na avaliação do deputado Daniel Almeida (PcdoB-BA), com a redução da jornada, os empresários vão compartilhar com a classe trabalhadora os ganhos de produtividade que obtiveram nos últimos anos. "Hoje é possível implantar a jornada menor com absoluta tranqüilidade", disse. Da mesma opinião, o deputado Roberto Santiago (PV-SP) disse que está na hora de as empresas distribuírem parte dos maiores lucros que alcançaram com a economia estabilizada, sobretudo durante o Governo Lula.

Por sua vez, o deputado Marco Maia (PT-RS) argumentou que os países mais desenvolvidos, com o passar do tempo e a introdução de novas tecnologias, foram reduzindo a jornada, aumentando a oferta de emprego e melhorando a qualidade de vida do povo. "Com mais tempo disponível, o trabalhador vai poder estudar, qualificar-se", afirmou. Maia destacou que este processo resultaria em mais produtividade para as empresas.

Redução gradual
Também para Vicentinho (PT-SP), relator do Projeto de Lei 4653/94, do ex-deputado, hoje senador Paulo Paim (PT-RS) e outros 42 projetos apensados sobre a matéria, a redução da jornada é exeqüível. "Nenhuma empresa quebrou por causa disso", disse.

O deputado Medeiros (PR-SP) propôs a redução da jornada de maneira gradual, com o corte de uma hora por semestre, até se atingirem as 40 horas. "A redução repentina de quatro horas de uma só vez não dá. Dificilmente a indústria suportaria o aumento dos custos", disse o deputado.

Reportagem - Edvaldo Fernandes
Edição – Maristela Sant´Ana

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