Base aliada comemora, mas oposição destaca derrotas do governo

06/10/2008 - 16:24  

Com a quase integralidade dos votos para prefeitos apurados, os líderes partidários na Câmara apresentam conclusões divergentes sobre os resultados. Os da base governista interpretaram o desempenho como prova da força do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto os da oposição optaram por destacar os resultados de São Paulo, Belo Horizonte, São Bernardo do Campo (SP) e Natal como exemplos da disposição do eleitorado em eleger candidatos independentes do governo federal.

O líder do PT, deputado Maurício Rands (PE), acredita que seu partido será o mais votado do País depois do segundo turno, quando a legenda disputará, com candidatos em segundo lugar, em três capitais: São Paulo, Salvador e Porto Alegre. "O PT, cada vez mais, é identificado pelo eleitor como o partido da igualdade e da justiça social, e isso ocorre independentemente do presidente Lula", considerou.

Para o líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP), as eleições de domingo trouxeram equilíbrio às forças políticas e demonstraram que o eleitor escolhe o prefeito segundo seus "problemas cotidianos", sem interferências do quadro federal. "A idéia de que Lula elegeria até um poste por causa da sua alta popularidade não se concretizou. Ele fez campanha raivosa em Natal e perdeu no primeiro turno. Em São Bernardo, o presidente fez campanha de rua e a eleição foi para o segundo turno, do mesmo modo que em Guarulhos (SP), onde o PSDB provocou o segundo turno, pela primeira vez."

PMDB fortalecido
O líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), acredita que seu partido foi o maior vencedor da disputa e deverá ser fortalecido nas negociações para as próximas eleições presidenciais, em 2010. "Assim que a poeira assentar, vamos verificar com o presidente Lula e com os partidos da base o tamanho de cada um nas eleições de 2010 para construir um projeto", declarou.

O deputado José Carlos Aleluia (BA), vice-líder do DEM, não vê "grandes vencedores" nas últimas eleições, mas identifica um perdedor. "Se há um grande perdedor, é o PT, que esperava ganhar em São Paulo e em Belo Horizonte e não conseguiu, porque os cidadãos já estão sentindo os efeitos da crise econômica que está chegando e não aceitam acordos de cúpula para escolher seus prefeitos", declarou.

Ele se refere à aliança entre o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), e o atual prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), que patrocinaram a eleição de Márcio Lacerda (PSB) sem o apoio formal dos partidos. Lacerda, considerado favorito pelas pesquisas para vencer a disputa no primeiro turno, vai disputar o segundo turno com o deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG).

O líder do PPS, deputado Arnaldo Jardim (SP), acredita que o resultado das eleições foi influenciado pela popularidade de Lula, embora não tenha sido evidenciado que a aprovação do desempenho do governo federal represente transferência automática de votos, especialmente porque há "uma grande fragmentação" de partidos e muitos candidatos se apresentaram como "candidato apoiado pelo presidente". Jardim destacou ainda a força dos candidatos que tentaram se reeleger. "A reeleição é um diferencial extraordinário, e o peso da máquina no processo eleitoral fica evidente na disputa tanto nos grandes quanto nos pequenos municípios."

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Reportagem - Rodrigo Bittar
Edição - Marcos Rossi

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