Ciência, tecnologia e Comunicações

Chinaglia defende articulação do ensino ao desenvolvimento

16/06/2008 - 15:47  

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, defendeu, na manhã desta segunda-feira, a articulação entre o sistema educacional e um projeto de desenvolvimento nacional no País. Ao participar da abertura do Seminário Internacional sobre Educação a Distância, promovido pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara, Chinaglia afirmou que a falta de planejamento combinado entre as áreas educacional e econômica está por trás de distorções entre as exigências do mercado e o perfil dos formandos no Brasil. "Faltam engenheiros para cobrir as demandas do desenvolvimento", exemplificou.

Chinaglia também cobrou uma participação mais ativa do Congresso Nacional na formulação de políticas públicas voltadas para a consecução de um sistema educacional mais conectado com a realidade. Ele convocou o Parlamento a agir com ousadia e não ficar na dependência de iniciativas exclusivas do Poder Executivo. "Politicamente, as bancadas partidárias e os partidos políticos são mais aptos [que a burocracia governamental] para atender às demandas da sociedade porque são cobrados diariamente pela população", justificou.

Vantagens comparativas
O presidente da Comissão de Educação do Senado, Cristovam Buarque (PDT-DF), declarou-se um defensor radical da educação a distância. Essa modalidade de ensino, segundo o senador, representa um caminho para a universalização do conhecimento. "A escola tem que ir aonde os alunos estão", apontou.

Na opinião do senador, o ensino a distância é mais atrativo para os mais jovens que o ensino tradicional. "Há uma geração inteira que gosta mais de ver a gente [professor] pelo monitor do computador", disse.

Cristovam Buarque destacou ainda que o ensino a distância pode apresentar mais qualidade que o presencial. O senador admitiu que a maior parte dos pedagogos resistem à nova modalidade de ensino, mas lembrou, no entanto, que a própria invenção do livro e da biblioteca permitiu o fim do monopólio do ensino presencial, já que os alunos puderam aprender longe do professor.

Preconceito
O presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara, João Matos (PMDB-SC), concordou que a educação a distância é "alvo de preconceitos, por parte da sociedade em geral e de certos setores acadêmicos e organizacionais, e de críticas de natureza pedagógica, de gestão e em relação à qualidade dos cursos".

Matos ressaltou que, mesmo assim, a modalidade "vem ganhando terreno" no Brasil. O deputado observou que o número de cursos superiores a distância passou de 52 para 349, entre 2003 e 2006, o que representou um salto de 571% na oferta de vagas no segmento.

O evento prossegue na parte da tarde.

Participe do seminário pelo Vídeochat

Leia mais:
Especialistas apontam caminhos para educação a distância

Notícias anteriores:
Escolas privadas criticam reforma universitária
Câmara ganha prêmio por trabalho de educação a distância
Anatel: preço e infra-estrutura limitam a inclusão digital
MEC reafirma promessa de dobrar vagas nas federais
João Matos quer debater ensino superior e a distância
Especialistas pedem regulamentação da educação a distância

Reportagem - Edvaldo Fernandes
Edição - Francisco Brandão

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br
SR

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.