Incentivo ao crescimento econômico é controverso

05/06/2008 - 21:05  

Os deputados também discordaram sobre a promoção do desenvolvimento econômico da região Amazônica durante a comissão geral sobre meio ambiente realizada na tarde desta quinta-feira. Giovani Queiroz (PDT-PA) defendeu o crescimento da região para integrá-la ao desenvolvimento nacional de forma sustentável e fornecer alternativas econômicas para a população. O deputado sugeriu a modificação do modelo de exploração da floresta, pois o plantio de árvores, segundo ele, rende muito mais que a agricultura. "Quero a Amazônia produzindo para o Brasil, sem o patrulhamento que o Estado faz sobre a região, como se com isso pudesse impedir a ocupação que se dá pelo desmatamento", afirmou.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) sugeriu que as riquezas geradas com a exploração do petróleo sejam revertidas em pesquisa para a manutenção desses biomas. O parlamentar defendeu ainda a ampliação do uso das energias renováveis; a melhoria dos transportes urbanos, do saneamento básico e do tratamento dos resíduos; e outras medidas para mudança no padrão de consumo do País. "Temos um patrimônio nos nossos biomas e essa biodiversidade pode ser alavancadora da riqueza do País, mas para isso é preciso investir em pesquisa e desenvolvimento, em ciência e tecnologia nessa regiões", resumiu.

Modelo de desenvolvimento
Na avaliação do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o desentendimento sobre o assunto deve-se a uma questão preliminar: que tipo de sociedade e que modelo de desenvolvimento cada um defende. Para ele, não há acordo, pois existem posições divergentes em disputa. "Essas visões diferentes, que defendem o desenvolvimento sem critério e dizem que a legislação brasileira é restritiva, são um pouco positivistas", afirmou. Segundo o parlamentar, a legislação ambiental brasileira é uma das mais modernas do mundo, embora a prática seja incoerente com esse arcabouço.

Também presente ao debate, o representante da organização Amigos da Terra - Amazônia Brasileira Roberto Smeraldi afirmou que a dificuldade de convivência entre desenvolvimento e preservação é "um falso dilema". "O verdadeiro dilema é entre o desenvolvimento com valorização do capital natural versus o modelo de predação que tem gerado crescimento econômico e pobreza, além de devastação ambiental."

Da Reportagem
Edição - Natalia Doederlein

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