Reservas internacionais não vão financiar fundo soberano
28/05/2008 - 22:29
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou, em audiência pública na Câmara nesta quarta-feira, que nenhum percentual das reservas internacionais será usado para a constituição do Fundo Soberano do Brasil (FSB). Segundo ele, o fundo usará recursos de origem fiscal.
O FSB foi anunciado neste mês pelo Ministério da Fazenda para financiar empresas brasileiras com atuação no mercado externo a juros subsidiados e elevar a rentabilidade das reservas do País no exterior. De acordo com Meirelles, são finalidades diferentes das reservas internacionais.
A intenção inicial do Ministério da Fazenda era enviar o projeto de criação do fundo ao Congresso na semana passada, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu adiar o encaminhamento da proposta por considerar que este não é momento mais adequado para discutir o assunto.
Presente ao debate, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP) quis saber porque o banco Central não usa parte das reservas para investimentos. Henrique Meirelles disse que as reservas internacionais visam dar condições de estabilidade ao balanço de pagamentos. Isso, segundo ele, faz com que o País receba mais investimentos estrangeiros diretos, inclusive em infra-estrutura, e aumenta a capacidade produtiva do Brasil.
Dólar Reportagem - Marise Lugullo / Rádio Câmara
Questionado pelo deputado Pedro Eugênio (PT-PE) sobre até que ponto a desvalorização do dólar frente ao real poderia prejudicar a exportação brasileira de commodities, Meirelles respondeu que o Brasil adotou o sistema de câmbio flutuante com reservas elevadas. Isso, segundo ele, permite que, se eventualmente as commodities passarem a não ser competitivas, o que se refletiria no mercado de câmbio, não haja pânico ou movimentos abruptos de mercado prejudicando a economia. "É importante que não se imponha artificialismos na economia brasileira", ressaltou.
Edição - Natalia Doederlein
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