Ciência, tecnologia e Comunicações

Inpe: Redução do aquecimento só evitará desastre maior

23/04/2008 - 20:35  

O aquecimento do planeta é uma realidade irreversível, mas pode ser reduzido. Só é possível, porém, evitar um desastre maior. No Seminário Regional para a América Latina "O Planeta Terra em Nossas Mãos", o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre afirmou que, se as emissões de gases forem reduzidas em 60% a 70% até 2050, a temperatura pode aumentar menos de dois graus. Isso, porém, já pode significar o fim dos corais e graves danos à agricultura.

Nobre ressaltou que, caso a humanidade soubesse, em 1951 - quando detectou o aumento do gás carbônico na atmosfera - o que isso significaria, talvez a situação atual pudesse ter sido evitada. Para ele, o homem ultrapassou o pior cenário previsto em termos de aquecimento global.

Segundo o pesquisador, a humanidade acelerou 50 vezes o ritmo natural das mudanças no planeta. Ele afirmou que o que mudava em uma era glacial, de 10 mil anos, o homem está mudando em 200 anos. Ele afirmou que o Brasil pode contribuir de duas formas para reduzir o aquecimento global: modernizando as práticas agrícolas, que respondem por 25% das emissões do País; e reduzindo o desmatamento, responsável por cerca de 50% das emissões.

O seminário abre oficialmente a programação do Ano Internacional do Planeta Terra, promovido pela Organização das Nações Unidas.

Desenvolvimento x meio ambiente
O segundo vice-presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Vander Loubet (PT-MS), alertou que hoje não é mais possível pensar o desenvolvimento e o atendimento das necessidades humanas sem considerar os prejuízos ambientais que se pode causar.

O terceiro vice-presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia, Paulo Roberto (PTB-RS), lembrou que, apesar de os órgãos ambientais serem acusados de atrasar o desenvolvimento, é preciso consegui-lo de forma sustentada. Ele explicou que o objetivo das políticas ambientais do governo federal é garantir o crescimento de longo prazo, com eficiência, mas, principalmente, respeitando o meio ambiente. "Não podemos nos iludir com taxas impressionantes de desenvolvimento de outros países, com inovações cujos efeitos de longo prazo são incertos", disse.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, informou que o governo brasileiro tem desenvolvido várias ações nesse sentido. A mais importante delas, que congrega inúmeros ministérios, informou, é o Plano de Ciência e Tecnologia e Inovação 2007-2010. Ele afirmou que o plano atuará nas áreas de preservação da Terra, desenvolvimento tecnológico das empresas, pesquisa e desenvolvimento em áreas estratégicas como biocombustíveis, recursos naturais e biodiversidade e desenvolvimento sustentável da Amazônia.

Leia mais:
Painel discute problemas das megalópoles

Notícias anteriores:
Câmara aprova incentivos para preservação de florestas
Terra sem preservação na Amazônia poderá ser confiscada
Meio Ambiente aprova regulação do mercado de carbono
Fundo para desenvolver energia limpa pode ser criado
Projeto fixa metas para processamento do lixo urbano

Reportagem - Vania Alves
Edição - Patricia Roedel

(Reprodução autorizada desde que contenha a assinatura `Agência Câmara`)

Agência Câmara
Tel. (61) 3216.1851/3216.1852
Fax. (61) 3216.1856
E-mail:agencia@camara.gov.br
SR

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.