Política e Administração Pública

Anac e Aeronáutica garantem que Congonhas está mais seguro

25/03/2008 - 21:36  

Anac e Aeronáutica garantem, em audiência pública na Câmara, que pousos e decolagens estão mais seguros em Congonhas. A presidente da Anac, Solange Vieira, avaliou como positiva as mudanças operacionais no aeroporto paulistano, especialmente o incremento da fiscalização e a racionalização da malha.

O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, Jorge Kersul Filho, também disse que a redução no volume de pousos e decolagens em Congonhas trouxe mais tranqüilidade aos passageiros. O chefe do Cenipa afirmou que, apesar de mais seguro, não se pode, no entanto, descartar a possibilidade de novo acidente em Congonhas nem em nenhum aeroporto do mundo. Segundo ele, o Cenipa deve concluir até julho o relatório sobre o acidente com o avião da TAM.

Os deputados, no entanto, temem que algumas das medidas adotadas depois do acidente com o avião da TAM, que matou 199 pessoas no ano passado, estejam sendo flexibilizadas.

Regras para reverso
Solange Vieira lembrou que, atualmente, continua proibido o pouso de aviões com o reverso travado. "[No caso de] qualquer problema mecânico detectado no avião, o comandante tem o dever e a obrigação de optar por descer em outro aeroporto da região. Ela lembra que também foi exigido de todos os Airbus 320 a instalação de um software que avise ao comandante sobre problemas na manete do avião. "Em termos de segurança, com essas medidas, nós consideramos que o aeroporto de Congonhas é um aeroporto muito mais seguro do que era há um ano atrás."

A presidente da Anac também ressaltou o reforço no treinamento dos pilotos que operam em Congonhas e o aumento da área de escape do aeroporto. Além dessas medidas, foi ampliado o limite mínimo de combustível de 3 toneladas; foram estabelecidas áreas de escape, que fizeram com que a pista auxiliar deixasse de ser usada; e está sendo discutida a transferência do pátio de autoridades para um hangar numa área mais segura.

Conexões
Quanto à retomada das conexões em Congonhas, Solange argumentou que a proibição anterior foi inócua e só prejudicou os passageiros. Segundo ela, com a volta das conexões, manteve-se o número de movimentos por hora no aeroporto e foram reduzidos o grande movimento e as filas de passageiros na área de embarque e de check-in.

Solange Paiva Vieira também explicou que o retorno dos vôos charter a Congonhas foi permitido apenas no período das 14 horas de sábado até as 14 horas de domingo, quando, tradicionalmente, o aeroporto de Congonhas apresenta uma redução substancial em seu movimento. Segundo ela, os vôos charter estão sendo feitos dentro do limite de 30 movimentos por hora naquele aeroporto.

O deputado Antônio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), no entanto, considerou a explicação da presidente da Anac insuficiente. "O que não ficou claro é se não poderiam ter estabelecido que os vôos que saem de Congonhas para Recife ou de Congonhas para Salvador, por exemplo, não poderiam fazê-lo de um outro ponto de origem como Viracopos, em Campinas, ou Galeão, no Rio de Janeiro, que são aeroportos menos saturados do que o aeroporto de Congonhas."

A presidente da Agência Nacional de Aviação Civil lembrou que já há uma decisão do governo de transformar o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), no principal aeroporto do estado até 2020. Ela disse também que as obras em Viracopos serão intensificadas a partir deste ano.

Cenipa considera positiva redução de vôos no aeroporto

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Reportagem - José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição – Paulo Cesar Santos

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