Ministério: orçamento para saúde mental aumentou

29/11/2007 - 14:41  

O coordenador de Saúde Mental, Álcool e Drogas do Ministério da Saúde, Pedro Gabriel Godinho Delgado, afirmou nesta quinta-feira que a dotação orçamentária para a área de saúde mental tem sido crescente e, pela primeira vez, os recursos destinados aos gastos extra-hospitalares superam os gastos hospitalares. Entretanto, reconheceu que os recursos orçamentários ainda são insuficientes para as demandas. As declarações foram dadas durante audiência pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família para debater os 20 anos de luta antimanicomial.

Ele observou, ainda, que o Ministério da Saúde tem desenvolvido uma política para o álcool e as drogas, que consiste na ampliação do acesso ao tratamento aos usuários, adoção de uma estratégia de redução de danos ao paciente e regulamentação da propaganda de álcool. Dados do ministério apontam que 50% dos acidentes de trânsito com vítimas têm o álcool como causa principal.

Serviços de urgência
O coordenador também afirmou que o País precisa melhorar os serviços de urgência e emergência psiquiátricas nos municípios de grande porte, como São Paulo e Rio de Janeiro. Ele considera grandes desafios para a consolidação da reforma psiquiátrica a inserção plena da saúde mental nos serviços de atenção básica, como o programa Saúde da Família, e o aumento de leitos psiquiátricos nos hospitais gerais.

O coordenador apresentou um histórico do movimento antimanicomial no País e destacou que o ponto principal da luta é a defesa dos direitos dos pacientes. Declarou também que os leitos em hospitais psiquiátricos têm sido reduzidos gradativamente, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em contrapartida, tem aumentado a participação, no Sistema Único de Saúde (SUS), de hospitais menores, que permitem o atendimento mais humanizado.

Revolução profissional
O psicólogo Fernando Ribeiro Tenório, da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, destacou que a reforma psiquiátrica trouxe mudanças não só para os pacientes, mas também para os profissionais que lidam com a saúde mental. "Não preciso dizer, como profissional, a revolução extraordinária que isso representou para a prática profissional de diversas categorias, que puderam estar em sintonia com a realidade social do País", disse. Tenório afirmou que um dos eixos principais dessa mudança é o respeito à subjetividade dos pacientes.

Reportagem - Mônica Montenegro/Rádio Câmara
Edição - Renata Tôrres

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