Cidades e transportes

Programa pela Amazônia será relançado em dezembro

21/11/2007 - 17:14  

O coordenador do Programa Amazônia Sustentável (PAS) do Ministério da Integração Nacional, Júlio Miragaya, afirmou hoje que o PAS deverá ser relançado no dia 6 de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por governadores da região. O programa foi lançado em maio de 2003, mas passou por um processo de consultas públicas dentro do governo. Ele participou na manhã de hoje do Primeiro Simpósio Amazônia e Desenvolvimento Nacional, realizado na Câmara.

Miragaya explicou que o plano envolve o combate à grilagem e ao desmatamento e a ampliação do zoneamento econômico ecológico e da pecuária intensiva. O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, explicou que o PAS é uma tentativa de reduzir a tensão entre ambientalistas e desenvolvimentistas: "Temos de enfrentar um grande desafio que se coloca à nossa frente, que é compatibilizar a necessidade de explorar as imensas oportunidades de desenvolvimento com a preservação ambiental. Ou seja, garantir que a Amazônia possa oferecer os empregos que os nossos filhos exigem e preservar o meio ambiente que os nossos netos vão cobrar".

Miragaya também afirmou que as terras degradadas da Amazônia Legal permitem hoje triplicar a área para agricultura e pecuária sem a utilização de novas terras, ou seja, sem novos desmatamentos. Ele classificou como preocupante o fato de 80% do crescimento da pecuária no Brasil entre 1990 e 2005 terem se dado na Amazônia.

Apesar disso, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, ressaltou os números positivos, afirmando que a situação não é caótica: "Nós, brasileiros, somos complexados. Nós sempre achamos que somos os maiores desmatadores. Nos últimos anos, fizemos muito pela Amazônia. Reduzimos o desmatamento na faixa de 60%".

Desenvolvimento não chega
As declarações das autoridades do governo provocaram uma reação do professor da Universidade de Brasília, Argemiro Procópio, que mostrou preocupação com a entrada da Amazônia em um novo ciclo econômico de exportação de matérias-primas com o desenvolvimento do etanol, derivado da plantação de cana-de-açúcar. Segundo ele, os ciclos anteriores, como o do ouro, não trouxeram riqueza para a população.

O deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), porém, defendeu a utilização de áreas degradadas para a plantação da cana, além da punição rigorosa dos desmatamentos ilegais. Segundo ele, só o Pará tem 10 milhões de hectares de terras degradadas.

O seminário está prosseguindo nesta tarde.

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Reportagem – Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
Edição - Patricia Roedel

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