Agropecuária

Debatedores cobram ação do Brasil sobre mudança climática

08/11/2007 - 20:48  

O Brasil é protagonista no debate internacional sobre mudanças climáticas e geração de fontes energéticas alternativas e, portanto, deve posicionar-se de forma responsável frente aos demais países. A avaliação é do senador Renato Casagrande (PSB-ES), relator da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas, que participou nesta quinta-feira do "Seminário Consumo e Produção Sustentável de Energia Elétrica no Brasil". O seminário fez parte do Programa Interlegis - Comunidade Virtual do Poder Legislativo.

Embora o País esteja avançado no setor de biocombustíveis, disse Casagrande, ainda enfrenta problemas no que diz respeito à matriz elétrica, pois 85% da geração desse tipo de energia vêm de fontes hídricas. Ele lembrou que as mudanças climáticas causam aumento dos períodos de seca, o que afeta diretamente as hidrelétricas. Em sua opinião, o País deve incentivar a geração de fontes alternativas de energia.

Orçamento
O presidente da comissão, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), sugeriu aos senadores e deputados que apresentem emendas orçamentárias destinadas a projetos ambientais. Ele lembrou que, em qualquer evento internacional, o Brasil sempre é citado como um dos maiores responsáveis pela questão ambiental, especialmente no que se refere à Amazônia.

Gomes pediu que o governo também promova programas de estímulo à utilização de energia solar em prédios públicos e não apenas nas residências, como vem fazendo.

O vice-presidente da comissão, senador Magno Malta (PR-ES), criticou a postura de muitos países de pensar apenas no crescimento econômico, sem preocupação com o meio ambiente. Nesse sentido, disse, o relatório a ser apresentado por Casagrande será a contribuição do Brasil à discussão mundial do assunto. Malta sugeriu que a comissão mista passe a funcionar de forma permanente no Congresso.

Negociações internacionais
O relatório da comissão representa o resultado do debate em todo o País, e as posições nele defendidas serão respeitadas durante as negociações internacionais das quais o Brasil vier a fizer parte, conforme assegurou o embaixador extraordinário do Brasil para Mudanças Climáticas, Sérgio Serra.

Ele ressaltou que, apesar de o Executivo ter a obrigação de tomar providências para encontrar alternativas energéticas com redução das emissões de gases do efeito estufa, a responsabilidade recai sobre toda a sociedade. Para ele, o desenvolvimento econômico pode acontecer com sustentabilidade.

A secretária nacional de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Thelma Krug, explicou que essa postura também é adotada pelo governo. Ao contrário do que afirma a Convenção das Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) - que os países em desenvolvimento tendem a aumentar suas emissões de gases do efeito estufa, enquanto os desenvolvidos tendem a diminuí-las -, o governo brasileiro entende que o processo de desenvolvimento não precisa acontecer com dano ao meio ambiente, afirmou a secretária. Para ela, a busca por alternativas energéticas não significa impedimento ao desenvolvimento econômico.

Na opinião da secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú, houve avanço na pauta do governo e do Congresso com a inclusão das questões ambientais. Ela destacou a urgência de o governo planejar a matriz de energia elétrica e utilizar fontes como a biomassa, a energia solar e a eólica (produzida pelo uso dos ventos) para suprir a demanda do País.

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Da Redação - JPJ
Com informações da Agência Senado

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