Política e Administração Pública

Câmara recebe abaixo-assinado contra o voto secreto

17/10/2007 - 21:35  

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, recebeu nesta quarta-feira um abaixo-assinado com 18 mil assinaturas defendendo o fim do voto secreto nas decisões do Congresso. Ele elogiou a iniciativa do consultor de informática Wagner Marins de Carvalho, que trouxe o documento à Câmara.

O abaixo-assinado foi entregue ao coordenador da Frente Parlamentar pelo Fim do Voto Secreto, Ivan Valente (Psol-SP), que o protocolou na Mesa Diretora. De acordo com Valente, a iniciativa foi uma surpresa agradável e revela a insatisfação dos cidadãos que desejam mais transparência no Congresso.

A mobilização para recolher assinaturas contra o voto secreto partiu de um grupo na comunidade virtual Orkut. "É uma iniciativa fantástica, pois os cidadãos fazem a sociedade crescer quando lutam por idéias", disse Chinaglia.

Segundo o presidente, de maneira indireta o gesto reflete uma valorização do Parlamento para o cidadão. "Se desistisse do Parlamento, ele jamais teria vindo aqui entregar as assinaturas", argumentou.

Wagner Marins explicou que as assinaturas não são de pessoas ligadas a entidades ou partidos políticos, mas de donas-de-casa, estudantes, profissionais liberais e desempregados. Elas foram colhidas de março a setembro, em 13 estados.

De acordo com Marins, o voto aberto é um direito do cidadão. "Saber como votam os nossos representantes na Câmara e no Senado permite um melhor acompanhamento e fiscalização do trabalho dos legisladores. Então, esse é o nosso pedido, é essa a nossa vontade", ressaltou.

Senado
Chinaglia conversou nesta quarta-feira com o presidente interino do Senado, Tião Viana, sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 349/01, que acaba com o voto secreto no Congresso, nas assembléias legislativas e nas câmaras municipais. Segundo o presidente, ele e Tião Viana se identificam com o tema e fazem um esforço para sua votação. Entretanto, Chinaglia não adiantou uma data exata para a votação da PEC em segundo turno.

Chinaglia lembrou ter defendido ontem, em reunião do Colégio de Líderes, que as mudanças de mérito na PEC sejam feitas no Senado ou, eventualmente, na volta da proposta à Câmara. "Que sejam posições partidárias. Ninguém debite no patriotismo alheio aquilo que deve ser feito", declarou.

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Reportagem - Idhelene Macedo/Rádio Câmara
Edição - João Pitella Junior

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