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Deputados homenageiam professores e defendem piso nacional

15/10/2007 - 20:59  

Ao abrir a sessão solene em homenagem ao Dia do Professor, comemorado hoje, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, lamentou um fato denunciado por matéria publicada na imprensa no final de semana: os professores da rede pública de São Paulo recebem salários 39% menores do que os do Acre. Pela diferença de riqueza e arrecadação de impostos entre os dois estados, a situação deveria ser o contrário, na avaliação de Chinaglia. Ele citou estudo da Unesco segundo o qual apenas a Indonésia e o Peru, entre 38 países desenvolvidos e em desenvolvimento, pagam salários mais baixos aos professores do que o Brasil, onde o salário médio representa apenas metade do existente nos vizinhos Uruguai e Argentina.

Segundo o presidente, para que o sistema educacional possa ter uma melhoria imediata, será necessária a combinação de salários mais justos com a boa formação continuada dos profissionais. Ele lembrou que isso passa pela discussão sobre o piso nacional para os professores; por uma reforma curricular; e por recursos para a formação continuada, todos temas que têm sido discutidos pela Câmara.

Empenho dos educadores
A deputada Fátima Bezerra (PT-RN), uma das autoras do requerimento para a sessão solene, destacou o sacrifício dos educadores brasileiros, que enfrentam dupla ou tripla jornada de trabalho, salas superlotadas e a violência que ronda as escolas. Além disso, ela lembrou que, na zona rural, muitos têm de caminhar quilômetros todos os dias até chegar às escolas, "mas sempre sem perder a esperança, o encanto e a capacidade de lutar".

De acordo com a deputada, que foi relatora do Fundeb, o segundo mandato do presidente Lula foi marcado pelo movimento Todos pela Educação e pelo lançamento do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), "um conjunto de medidas ousadas que visam a expansão, o fortalecimento e a melhoria da qualidade da educação". Ela citou como conquista importante dos professores a aprovação, pela Comissão de Educação e Cultura, do piso salarial de R$ 950 para uma jornada máxima de até 40 horas (substitutivo aos projetos de lei 7431/06 e 619/07).

Categoria organizada
O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), também autor do pedido de homenagem, manifestou otimismo em relação à educação, apesar dos problemas. Segundo ele, nos últimos 30 anos os professores foram a categoria que mais se organizou no País e a presença de várias entidades e parlamentares dispostos a defender o setor é "uma afirmação de otimismo".

Denunciar e criticar a situação atual, afirmou o deputado, não impede a celebração de uma profissão tão importante, pois a tarefa de educar é um elemento de libertação. "O lamento, a partir da crítica, transforma-se em luta por melhores condições de trabalho, de salário e de ensino", avaliou Chico Alencar.

O presidente da Comissão de Educação, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), afirmou que a Câmara melhorou muito o texto original enviado pelo governo federal para elaborar o Fundeb, pois tornou o fundo um instrumento confiável de financiamento de longo prazo.

Também prestaram homenagem aos professores os deputados Carlos Abicalil (PT-MT), Nilmar Ruiz (DEM-TO), João Maia (PR-RN), Pedro Wilson (PT-GO) e Professora Raquel Teixeira (PSDB-GO).

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Reportagem - Marcello Larcher
Edição - Rosalva Nunes

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