Educação é base para inovação tecnológica, alerta deputado

02/10/2007 - 22:21  

No seminário sobre pesquisa tecnológica, o deputado Ariosto Holanda (PSB-CE) alertou os participantes para a necessidade de resolver os problemas da área educacional para alcançar o desenvolvimento científico. "A riqueza das nações depende do patrimônio educacional, científico e tecnológico da população", apontou.

O parlamentar lembrou que, dos 114 milhões de brasileiros entre 14 e 64 anos, 85 milhões são analfabetos funcionais. Ele considera necessário promover a desconcentração do conhecimento no Brasil. "O avanço tecnológico tem aumentado o conhecimento de poucos e aprofundado a ignorância de muitos", lamentou.

Interiorização
O presidente do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), destacou a criação de universidades e escolas técnicas no Governo Lula. Ele considera que o atual governo tem atuado de forma eficaz na área, promovendo a interiorização da educação e da ciência no País.

Mesmo assim, o deputado reconheceu que o pouco investimento no setor de pesquisa tecnológica é um fato. Ele observou que a luta pela recuperação dos investimentos no setor é necessária. "Sem verba, não há como alçar o País a um patamar mais alto", admitiu. Para Inocêncio, o debate também está conectado à preocupação com a qualidade na educação e o desenvolvimento de uma educação científica desde cedo.

Excelência
O diretor de Inovação da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), Elias Ramos de Souza, ponderou que os problemas na área de tecnologia não são novos. "Até hoje, só houve o desenvolvimento de ilhas de excelência, enquanto o resto das instituições do País são esquecidas", lamentou.

Souza concordou que a tese de criação de ilhas de excelência leva à exclusão e consolidação de desigualdades regionais. Ele acredita, no entanto, que essa tese foi revertida nos últimos anos, tanto no governo como no Congresso. "O fortalecimento do sistema nacional de ciência e tecnologia precisa incluir o desenvolvimento dos sistemas estaduais de fomento e pesquisa".

Regionalização
Durante o seminário, também foram apresentadas experiências de desenvolvimento regionais. Os participantes puderam analisar casos do Maranhão, de Pernambuco, de Goiás e do Amazonas. Os projetos realizados nos quatro estados têm foco na vocação econômica regional dos municípios e na formação de recursos humanos capacitados.

Todos os palestrantes destacaram a necessidade de interiorização do conhecimento, da pesquisa e inovação como forma de desenvolvimento econômico e social das diferentes regiões. A superintendente de Estudos e Projetos Estratégicos da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Goiás, Ana Christina de Andrade Kratz, ponderou que o papel do governo "é não atrapalhar, mas sim apoiar, articular, capacitar e fomentar a produção de conhecimento".

Reportagem - Cristiane Bernardes
Edição - Francisco Brandão

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