Multinacionais são responsabilizadas por devastação

25/09/2007 - 22:35  

A questão da devastação ambiental na Amazônia está intimamente ligada, de acordo com os expositores, a atividades econômicas de grande porte e não a pequenos delitos. Mauro Spósito, ao tratar dos garimpos e de toda a destruição ambiental que os acompanha, disse que não são explorados por brasileiros em sua maioria, mas por empresas multinacionais que têm ligações com a Bolsa de Valores de Toronto, no Canadá.

Em contraposição, a pobreza da população ribeirinha, que vive do extrativismo, também é um problema porque a população ribeirinha é, em sua opinião, "completamente abandonada" e muitos, sem alternativa, podem se ligar às atividades criminosas. Ele inclusive alertou para o risco que seria acabar com a Zona Franca de Manaus. "Seria o equivalente a se desocupar uma região e todos sabemos o que isso significa", disse.

A questão do desenvolvimento socioeconômico da região é também preocupação do Projeto Calha Norte, de acordo com o diretor do Departamento de Política e Estratégia do Ministério da defesa, vice-almirante Arnon Lima Barbosa. Ele afirmou que o projeto, administrado pelo Ministério da Defesa, tem como objetivo aumentar a presença das Forças Armadas na Amazônia e promover o desenvolvimento, viabilizando a ocupação e segurança da região.

Questionado pela deputada Dalva Figueiredo (PT-AP), autora do requerimento para a realização da reunião, de como a comissão poderia auxiliar em termos de recursos esse trabalho de proteção de fronteiras, Barbosa respondeu que, graças às emendas parlamentares, a parte civil do projeto, que trata do desenvolvimento, passou de R$ 60 para R$ 420 milhões no orçamento, mas a militar ficou com R$ 31 milhões, insuficientes para que se complete o trabalho de transferência de efetivos e aparelhamento das forças na Região.

O diretor do Ibama também afirmou que a comissão deverá receber em breve as propostas de emendas orçamentárias do órgão. Boa parte delas serão para reforçar o trabalho de combate aos incêndios florestais.

Reportagem - Vania Alves
Edição – Wilson Silveira

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