Entidades religiosas apóiam recuperação

11/09/2007 - 23:05  

O papel das entidades religiosas na ressocialização dos presos mostrou várias faces durante as exposições no seminário. Da assistência jurídica, familiar, educacional prestadas pela Pastoral Carcerária, da Igreja Católica, à conversão e recuperação de criminosos feitas pelos pregadores da Assembléia de Deus dos Últimos Dias, todos destacaram a importância das organizações sociais, entre elas as igrejas, dentro dos presídios.

O presidente da Assembléia de Deus dos Últimos Dias, pastor Marcos Pereira da Silva, apresentou o trabalho desenvolvido há 16 anos por sua igreja, que promove cultos e orações nos presídios em comunidades carentes do Rio de Janeiro. A influência do trabalho do pastor nos presídios cariocas ganhou destaque pelo grande poder de conversão, de recuperação de ex-presidiários – muitos deles hoje participando de obras da igreja – e na atuação como mediador em rebeliões.

Mulheres
A coordenadora nacional da Área de Mulheres Encarceradas da Pastoral Carcerária da CNBB, Heidi Ann Cerneka, e a fundadora do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri), Wilma Melo, destacaram as condições das presas, mas também de suas famílias. Elas afirmaram que os filhos das presidiárias não têm o direito de serem amamentados, porque, em grande parte das prisões, isso não é permitido ou não há condições para a amamentação. De acordo com Heidi Cerneka, o vínculo familiar é uma das principais bases da ressocialização – daí a necessidade de mudar esse quadro.

Já Wilma Melo, fundadora do Serviço Ecumênico de Militãncia nas Prisões, de Pernambuco, ressaltou que, se há 400 mil presos no Brasil, existem pelo menos 2 milhões de pessoas com vínculos carcerários. É preciso pensar também nessas pessoas, alerta Wilma. "Além de serem de comunidades carentes, elas sofrem a exclusão da exclusão."

Reportagem - Vania Alves
Edição - Natalia Doederlein

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