Divergência política adia votação de relatório de CPI

06/09/2007 - 19:46  

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário adiou a votação do relatório preliminar que aponta as causas da morte de 25 presos em uma cadeia de Ponte Nova, em Minas Gerais. Alguns deputados alegam que o documento foi baseado apenas em critérios políticos. O relator, deputado Domingos Dutra (PT-MA), aponta como dificuldades para apurar as causas da tragédia um "pacto de silêncio" entre os presos e a polícia. Segundo ele, os presos têm medo da repressão do aparelho policial e protegem a família — por isso, não querem falar sobre a tragédia. "Todos os presos dizem que não ouviram nada, o rompimento de cadeados, serras, nada. Estão em silêncio por autoproteção".

Os presos morreram carbonizados no dia 23 de agosto, mesmo dia da instalação da CPI do Sistema Carcerário. Deputados da CPI estiveram no presídio, ouviram policiais, presos e familiares.

Conclusão política
O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), que participou das diligências no presídio, disse que o documento é mais político do que técnico, porque tenta desqualificar a polícia e o Governo de Minas, que é dos tucanos. O deputado acrescentou que ele e os outros parlamentares que participaram da diligência não foram ouvidos antes da conclusão do relatório.

O relator argumentou que seu texto não tem viés político e que relatou a percepção que teve durante a diligência.

Com as divergências entre governo e oposição, Dutra decidiu retirar o relatório de pauta, sem previsão de votação. O documento vai ser revisto antes de voltar à discussão, mas o relator não abre mão de indicar a existência de um `pacto de silêncio` entre presos e autoridades policiais.

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Reportagem - Adriana Marcondes/TV Câmara
Edição - Patricia Roedel

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