Direitos Humanos

Seminário comemora 25 anos de luta pelos direitos humanos

16/08/2007 - 22:25  

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias realizou nesta quinta-feira, no auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, o seminário "Direito à Memória e à Verdade", para comemorar os 25 anos de criação do Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) e reivindicar a abertura dos arquivos políticos do período da ditadura militar (1964-1985). O ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh disse que, apesar de o Brasil já ter tido quatro leis de anistia, nenhuma delas foi cumprida até agora. Por isso, segundo ele, a luta pela anistia ainda não acabou. Greenhalgh disse que não vai haver avanço na democracia enquanto não se discutir o passivo do regime militar, que está nos arquivos ainda não abertos.

"Nós ganhamos anistia em 1979, mas não aconteceu nada. No governo FHC nós fizemos a última lei. Agora é que a situação está começando. Depois de 30 anos, uma grande quantidade de pessoas ainda não teve o reconhecimento de seus direitos", afirmou Greenhalgh.

A coordenadora nacional do MNDH, Rosiana Queiróz, disse que o seminário é uma tentativa de trazer a memória e a verdade do período mais difícil do País. "Queremos reafirmar a luta pela democracia, pelo estado de direito e pela recuperação da verdade", ressaltou. Segundo ela, o atual governo ainda não deu um sinal de que pretende revelar os documentos da ditadura, pois criou uma lei que os transformou em textos de alto sigilo.

Luta de religiosos
De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Audálio Dantas, o País até hoje não conquistou a anistia ampla, geral e irrestrita — reivindicação que mobilizou a sociedade na década de 70. Ele lembrou a luta de líderes religiosos como o cardeal dom Paulo Evaristo Arns, o pastor Jaime Wright e o rabino Henry Sobel pelas liberdades políticas, os direitos humanos e a anistia.

O vice-presidente da Federação Internacional dos Direitos Humanos, Juan Carlo Capurro, afirmou que nenhuma razão de Estado ou a estabilidade de governo pode justificar o esquecimento sobre o período da ditadura. Segundo ele, os países que esquecem a sua história correm o risco de voltar a viver as ditaduras que aconteceram na América Latina.

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Reportagem - Paulo Roberto Miranda/Rádio Câmara
Edição – João Pitella Junior

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